Somos Chamados a Servir
O legislador, com a pena, traça decretos para reger o povo.
O escritor utiliza o mesmo instrumento e escreve livros que renovam o pensamento
do mundo.
Mas, não é só a pena que, manejada pelo homem, consegue expressar a sabedoria, a
arte e a beleza, dentro da vida.
Uma vassoura simples faz a alegria da limpeza e, sem limpeza, o administrador ou
o poeta não conseguem trabalhar.
O arado arroteia o solo e traça linhas das quais transbordarão o milho, o arroz,
a batata e o trigo, enchendo os celeiros.
A enxada grava sulcos abençoados no chão, a fim de que a sementeira progrida.
A plaina corrige a madeira bruta, cooperando na construção do lar.
A janela é um poema silencioso a comunicar-nos com a natureza externa; o leito é
um santuário horizontal, convidando ao descanso.
O malho toma o ferro e transforma-o em utilidades preciosas.
O prato recolhe o alimento e nos sugere a Caridade.
O moinho recebe os grãos e converte-os no milagre da farinha.
O barro desprezível, nas mãos operosas ao oleiro, em breve surge metamorfoseado
em vaso precioso.
Todos os instrumentos de trabalho no mundo, tanto quanto a pena, concretizam os
ideais superiores, as aspirações de serviço e os impulsos nobres da alma.
Ninguém suponha que, perante Deus, os grandes homens sejam somente aqueles que
usam a autoridade intelectual manifestada. Quando os políticos orientam e
governam, é o tecelão quem lhes agasalha o corpo. Se os juízes se congregam nas
mesas de paz e justiça, são os lavradores quem lhes ofertam recurso ao jantar.
Louvemos, pois, a Divina Inteligência que dirige os serviços do mundo!
Se cada árvore produz, segundo a Sua especialidade a benefício da Prosperidade
comum, lembremo-nos de que Somos todos chamados a servir na obra do Senhor, de
maneira diferente.
Cada trabalhador em seu campo seja honrado pela Cota de bem que produza e cada
servo Permaneça Convencido de que a maior homenagem suscetível de ser prestada
por nós ao Senhor é a correta execução do nosso dever, Onde estivermos.
Neio Lúcio