Segue, Amigo

Fatigado romeiro da fé pura,
Sem bordão de conforto a que te arrimes,
Por mais cansado, não te desanimes
Na jornada de pranto e de amargura.

Além do Grande Além, na imensa Altura,
Brilham no Eterno Amor em que te exprimes
As pátrias generosas e sublimes
Da beleza, da graça e da ventura!

Na subida de pedra, cinza e lama,
Sangrem-se os pés embora, nutre a chama
Que arde, incessante, no teu peito aflito;

Sonha acima da escura tempestade
E chegarás, cantando, à Eternidade
Sob a glória celeste do Infinito!...


Auta de Souza