Rescristianização dos Homens
No conformismo que caracteriza os tempos modernos, não são poucos os
espíritos da literatura e da filosofia que apelam para a recristianização dos
homens.
Entretanto, não falamos de recristianização, por quanto o afinamento da
mentalidade do mundo terrestre no ideal de perfeição e de amor de Jesus Cristo
não chegou a se verificar em tempo algum.
Apelamos para a cristianização de todos os espíritos e é dentro desse sentido
que se guarda o mais alto objetivo de todas as nossas mensagens extraterrestres.
O homem cresceu e evoluiu fisicamente, sem que progredisse, em identidade de
circunstâncias, à sua posição espiritual.
Algumas almas nobilíssimas trouxeram-lhe num esforço generoso as grandes idéias
dos seus tratados de filosofia social e política.
Todos esses gênios do Espaço, encarnados no mundo viveram isolados de seus
contemporâneos.
Incompreendidos no seu século, apenas conseguiram uma facção de entendimento da
posteridade, quando a morte já os havia arrancado do cenário de atividades do
mundo.
E se me refiro a esses grandes espíritos da Humanidade é somente para salientar
que as idéias evoluídas do campo social deveram somente a eles o seu surto, no
seio das coletividades, nestes últimos anos do Planeta.
A prova disso é que os homens, como os Estados que são os aparelhos físicos da
coletividade terrestre e humana, regressam atualmente a todos os processos da
força.
A coroa foi substituída pelo poder integral e absoluto dos ditadores nos vossos
tempos de incompreensão.
Os últimos acontecimentos nas chancelarias européias são a prova do nosso
asserto.
Não existe tanta necessidade de expansão por parte das potencias imperialistas.
O que existe é a dilatação do espírito agressivo dos povos considerados fortes,
em virtude das conquistas fáceis da força bruta.
Em todos eles prevalece somente a vontade de potencia e o interesse inferior do
domínio político.
Ontem era a Itália, dividindo a Abssínia, sem que o direito internacional
estabelecesse a posição histórica dos humilhados e agora é o Japão querendo
transformar 500 milhões de chineses em instrumentos de sua ambição, para marchar
com novas hostes de Gengis Khan sobre o mundo europeu, como aconteceu há nove
séculos; é a Alemanha, apoderando-se sumariamente da Áustria, a Espanha
debatendo-se na guerra terrível das ideologias.
As nações interessadas igualmente no poderio internacional fazem as comédias
diplomáticas, nos seus reconhecimentos "de jure" ou "de fato", mas a verdade que
ressalta de tudo isso, de todos esses acordos é que a mentalidade humana
retrocedeu alguns séculos, no que se refere à sua posição espiritual.
Consideremos, porém, que é a própria ambição de cada país que fará apodrecer
todos os eixos diplomáticos e todas as alianças do poderio militar, lançando
sobre as almas o fantasma do morticínio e do sofrimento.
O quadro da civilização européia, desenvolvida no Mediterrâneo que ficou como
escola terrível de suas ambições e de seus absurdos, é bastante doloroso para
quantos se preocupam com os problemas sérios e graves da vida.
A guerra é inevitável nessa civilização que depende exclusivamente do
militarismo.
Os grandes exércitos são a sua grande ruína, todavia, consideremos que Jesus
está no leme e o seu barco não pode sossobrar.
Que Deus se apiede de todos nós, tornando-nos dignos da grande tarefa de reviver
o Evangelho, em sua expressão pura e simples, para o necessário reerguimento
moral da Humanidade.
Emmanuel