Família Diniz
Ericson, aos seus 7 janeiros, menino inteligente, encontrou o findar de seus dias em uma dessas travessuras infantis, em que a ingenuidade e a curiosidade, unidas, criaram o palco de sua tragédia.
A família residia em Uberaba, em casa de terreno amplo, onde alguns funcionários da "Singer" deixavam seus apetrechos para a limpeza de máquinas em estado de reformas e consertos. Para isso, utilizavam-se de Thinner para remover a pintura velha e efetuar a repintagem.
Conhecedores da vivacidade de Ericson, pequeno irrequieto, procuravam sempre chamar-lhe a atenção para que não pegasse aquelas embalagens de Thinner, pois, eram muito perigosas e podiam explodir.
No quintal, determinada área ficava reservada para o depósito do lixo.
Não obstante as constantes recomendações e cuidados com o pequeno Ericson, ele foi brincar e, naquele local apanhou uma embalagem.
Como ele mesmo declara em mensagem psicografada por Chico Xavier, que não vencendo a curiosidade, quis fazer a experiência para ver o resultado. E, valendo-se da ausência dos familiares, colocou fogo dentro de uma lata de Thinner provocando a explosão, que lhe custou a vida.
Neste momento de profundo desespero, a despeito dos familiares residirem em Uberaba, achavam difícil falar com Chico, mas, impulsionados pela dor, foram até ele.
Anteriormente, vez ou outra, freqüentavam o Grupo Espírita da Prece, por admirar muito o Chico, mas sem qualquer vínculo com as tarefas religiosas.
Veio a mensagem e as coisas mudaram.
Perceberam o conforto e o esclarecimento recebidos.
O impacto desta trágica morte que os desnorteara estava evidenciado e esclarecido.
Ericson explicava o acontecido.
Suas desculpas rogadas com extrema consciência, enternece qualquer coração. E ressaltamos que o médium desconhecia qualquer informação relativa à desencarnação do garoto.
Ericson, com suas palavras, trouxe a renovação em matéria de fé.
Houve um profundo engajamento da família com a Doutrina Espírita, que se interessou pelo seu estudo, pela freqüência às reuniões e participação também nas tarefas fraternas de assistência aos irmãos mais necessitados.
Nestas circunstâncias, é importante, fundamental a confiança na Misericórdia Divina, que nunca abandona qualquer de seus filhos.
Mesmo diante de uma grande dor, com a perda do filho querido, os pais encontraram coragem através da Doutrina Espírita para prosseguir adiante, vencendo a tristeza e trazendo para dentro da própria alma a certeza do futuro e da continuidade da vida no Além Túmulo.
Nesta imagem do reconforto, de paz encontrada no trabalho mediúnico de Francisco Cândido Xavier, os familiares agradecidos, no clamor de seus corações, propalam que, para eles, Chico Xavier é a pessoa mais importante deste século, onde puderam entender, pela sua mediunidade, o valor de encontrarem-se com Deus.
ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM ESPIRITUAL.
PAIS
Geraldo Gomes de Oliveira
Elvira Diniz da Silva Oliveira
Uberaba - MG
BISAVÓ - Antonia Maria de Jesus, materna, desencarnada em 27.11.1976 em Belo Horizonte - MG
TIO - Dionísio Diniz da Silva, em cuja casa o corpo foi velado.
Altamira Diniz da Silva, avó, madrinha de Ericson, ela quem cuidava do menino, desde a tenra idade, quando os pais saiam para o trabalho.
Eles tinham muita afinidade, ela sentiu muita a sua desencarnação.
ANTECIPAMOS OS NOMES DE PESSOAS OU FATOS, PARA MELHOR IDENTIFICAÇÃO NA LEITURA DA MENSAGEM ESPIRITUAL.
ERICSON FÁBIO DINIZ
Nascimento: 19 de julho de 1977
Desencarnação: 30 de julho de 1984
Idade: 7 anos
Querida mamãe Elvira e querido papai, peço-lhes a benção.
Não sei como pedir-lhes perdão por haver sido a causa de tantos aborrecimentos.
Depois que dormi no hospital e em casa, me levaram para junto do tio Dionísio e na casa dele, sem saber por que, estive deitado por algum tempo que ignoro como definir.
Despertei com uma senhora a me chamar para receber melhoras. A princípio tive medo, porque eu não sabia que senhora era aquela em casa de meu tio, entretanto, sentia-me desapontado lembrando a minha aventura do fogo. E o sorriso daquela senhora, para mim desconhecida, era de tal modo tranqüilo e simpático, que aceitei os braços que ela me oferecia, pois ainda havia receio de repreensões com meu gesto despejando Thinner no fogo para ver se havia explosão.
Quis verificar e verifiquei.
Mamãe Elvira, você se lembrará de quantas faixas precisei para suportar queimaduras. as
Creia que via a sua bondade para comigo, mas me sentia envergonhado por haver criado tanta perturbação.
E a senhora que me abraçou, me disse ser minha avó Antônia, Dona Antônia Maria de Jesus. E ansiando por uma transformação de meu estado geral, a companheira, ou melhor, ela me carregou como se eu fosse uma criança de colo e não me arrependi, porque vim a saber que eu não poderia ficar mais tempo em casa do tio Dionísio, onde estavam diversas pessoas com muito choro e palavras tristes.
Minha avó me conduziu a um instituto de tratamento e explicou-me que eu estava em um corpo diferente.
Que era o meu mesmo, mas sem as queimaduras que me doíam antes.
Agora que fiquei informado de tantas notícias a meu respeito, explico aos queridos pais que se atirei o Thinner no fogo para ver se explodia, sei que fiz o que não devia e peço-lhes desculpas.
Não sei onde estava com a cabeça, tomei aquele líquido sem acreditar que ele explodiria.
Rogo perdão a todos porque estou consciente de que o fogo me alcançou todo o corpo, com o que fui impelido a procurar socorro no hospital.
Mãezinha Elvira, papai Geraldo, com todos os nossos, perdoem o meu estouvamento, quando era minha obrigação poupá-los tantos contratempos.
Minha avó me trouxe até aqui e me levará de volta.
Vou com muitas saudades de todos os nossos, mas tenho a esperança de lhes ser um filho ajuizado e útil algum dia.
Minha avó Antônia me diz que já escrevi o que precisava e que preciso terminar.
Mamãe Elvira e papai, mais tarde espero tornar a revê-los para conversarmos.
Muito carinho e muito respeito do filho que lhes pertence pelo coração, Ericson.
Ericson Fábio Diniz de Oliveira
Ericson