Esquecimento do Passado
Filhos, o esquecimento do passado, nas experiências infelizes
que vivenciastes, é que vos torna viável o progresso espiritual.
Quem não olvidasse o mal de que tenha sido vítima ou verdugo, estacionaria
indefinidamente na revolta e no ódio, na amargura e na falta de indulgência.
A amnésia temporária, com relação ao que fostes e ao que fizestes no passado, de
certa forma vos enseja o crescimento íntimo num tempo relativamente mais curto
do que levaríeis para concretizá-lo, caso tivésseis que conviver com as
lembranças negativas que a Lei vos manda esquecer.
Assim sendo, não vasculheis os arquivos da mente, com o propósito de trazer ao
presente o que deve permanecer sepultado no pretérito. Preocupai-vos com a
construção do futuro, estudando as características de vossa personalidade, para
melhor avaliação do caminho percorrido, valendo-vos tão somente das tendências e
dos hábitos que relevais em vossa existência de agora.
Em contato com os outros, notadamente com aqueles de vossa convivência mais
estreita, os vossos reais valores vêm à tona, possibilitando-vos a identificação
clara dos pontos vulneráveis da personalidade, sobre as quais devereis
concentrar os vossos esforços de corrigenda.
Os companheiros com os quais vos compromissastes mais seriamente acionam em vós
os mecanismos psicológicos a fornecer-vos exata noção dos vossos desacertos de
antanho, sem que, para tanto, tenhais necessidade de provocar o despertar de
vossas reminiscências.
Na vivência espírita do Evangelho, a chamada terapia de vidas passadas acontece
naturalmente, sem que se vos torne indispensável a revelação, em detalhes, do
que vos precipitou a queda.
Quando um quadro infeccioso se instala no corpo, o médico não espera que se lhe
detecte o órgão de origem, para combatê-lo através da prescrição de
antibióticos.
A prática cotidiana do Bem se vos assemelha, para a consciência enferma, a
antibiótico de última geração e de largo espectro que, embora sem correto
diagnóstico do vosso quadro clínico, combate com eficiência a causa de vossos
males.
Bezerra de Menezes