Ouro
Todo o ouro dos bancos
Pode nutrir, um dia, a bênção do trabalho.
Todo o ouro guardado
Nos altares dos templos
É riqueza da fé
Que o tempo transfigura.
Todo o ouro das jóias
Que esplende nos salões
É láurea passageira
Em louvor à ilusão.
O ouro dos museus,
A derramar-se, estanque,
É ornato da morte
Para a festa da cinza.
Todo o ouro das minas
É promessa de pão,
E o ouro da moeda
Que auxilia e circula
É sangue do progresso.
Mas apenas o ouro
Que Gastas apagando
As aflições dos outros,
Acendendo sorrisos
Em mascaras de pranto,
É o ouro da alegria
Nos tesouros de amor
Que acumulas no Céu.
Rodrigues de Abreu