Mensagem de Mais Alto

Ao Espírito Sábio que encontrara
Nas Alturas Imensas,
Porque me perguntara
Se vinha para a Terra,
Dei a resposta, afirmativamente,
E indaguei, reverente,
Se ele algo queria que eu fizesse
Algum aviso, alguma prece,
Algum recado salvador...

Mas aquele Celeste Mensageiro
Fitou, ao longe, as paisagens terrenas
Abraçou-me, fraterno e disse apenas:
- Se vais de novo ao mundo,
Dize aos nossos irmãos
Para unirem as mãos
No serviço do bem.
Irmã Dolores, vai! Onde encontres problemas,
Fala em Jesus e nada temas.
Onde escutes a voz que amaldiçoa,
Pronuncia com Cristo a frase que perdoa...
Dize aos nossos irmãos que o ódio tudo atrasa,
Quando nos empenhamos à melhora,
Impondo a nós, em nossa própria casa,
Em formas diferentes,
Pela reencarnação,
Inimigos ousados e doentes,
Aos quais não desculpamos noutras eras...

Recorda aos companheiros ofendidos
Que mais vale chorar, com feridas abertas
Que alardear poder ao pé dos agressores
Que passam sobre a Terra, esmagando os vencidos
Nas estradas incertas,
Se alguém clama que sofre
Não vaciles dizer
Que mais vale agüentar e padecer
Pedrada, provação, calúnia e insulto,
Qualquer espécie de suplício oculto
Que condenar alguém,
Porque a Justiça nasce Mais Além
E tudo acertará, de segundo a segundo,
Sem que ninguém precise
Aumentar no caminho as tristezas do mundo...

Onde encontres o espinho da amargura
Fala em trabalho, a força da esperança,
Que olvida o lodo e fita, além, na Altura,
A presença de Deus no Sol que não descansa
E ampara a qualquer um sem deter-se no mal...

Vai, Dolores, e dize a toda angústia humana,
Que a vida, além da morte, brilha soberana,
Sempre justa e sublime, amorosa e imortal.
Nisso, desci à Terra, entre os amigos,
A fim de repetir, repleta de alegria,
Alma irmã, prossigamos, dia a dia,
Pela fé viva e ardente caminhemos,
Procurando servir e compreender
Como simples dever,
Porque nos Paramos Supremos,
Alguém nos vê, alguém nos fala e vela,
Para que a nossa estrada
Venha a ser cada vez mais brilhante e mais bela,
E que, um dia, por fim, a nossa própria dor
Há de se converter em divina alvorada,
Entre a bênção da Paz e a grandeza do Amor.


Maria Dolores