O Medo da Morte
O medo da morte é um atavismo que acompanha as gerações ao
longo dos tempos. Mesmo para os que sabem que a vida continua no Além, devido à
imortalidade da alma, fica difícil se defrontar com esta realidade. Ontem foi
Dia de Finados e já ouvi falar de muita gente que evita ir a cemitérios, em
qualquer época, por conta deste medo. Na realidade, ali estão apenas os restos
da vestimenta física porque a verdadeira essência ou, em outras palavras, os
espíritos mesmo estão espalhados pela dimensão deste imenso Universo.
O filósofo Waldo Lima do Valle, em seu livro Morrer. E Depois? afirma que
ninguém estará sozinho no instante da morte. Nos esclarece que "assim como, no
nascimento, sempre há alguém por perto, desde uma simples parteira inexperiente
ao mais afamado ginecologista, do mesmo modo, por ocasião da partida da alma,
sempre haverá um espírito protetor, um anjo guardião, um parente distante, um
pai ou uma mãe à espera. E, mais uma vez, manifestam-se aí a infinita
misericórdia divina e amor de Deus por todos os seus filhos, sem distinção".
Por outro lado, Waldo ressalta que "nessa assistência que o Pai Celestial
permite que todos recebam, somente espíritos perversos, cruéis e desalmados,
criam barreiras quase intransponíveis para a intercessão dos espíritos do bem.
Ficam, então, entregues a sua própria sorte, envolvidos pelas vibrações doentias
de vingança e represália dos desafetos, e chegam a sofrer, duramente, nas mãos
desses seres das trevas, até que despertem para os valores superiores do
espírito".
Em outras palavras, no seu livro Ponto de Vista, o autor Octávio Caúmo
sintoniza-se bem com a idéia, nos esclarecendo que nossos entes queridos não são
diferentes da maioria das almas. Portanto, conclui que ao chegarmos na
espiritualidade podemos encontrar diferentes situações, tais como:
a) - Nossos parentes desencarnados estão acima da faixa onde iremos desembarcar.
Poderão nos visitar, esporadicamente, mas têm tarefas mais importantes do que
simplesmente cuidar de nós. Além disso, se na Terra sempre nos desentendemos,
porque agora pretender o milagre da pronta harmonia. A morte não muda as
criaturas.
b) - Poderá ocorrer que eles estejam em faixas inferiores àquela onde vamos
estagiar e, mesmo que queiram, não têm condições de chegar até nós. Têm, por
enquanto, as próprias faltas a expiar.
c) - Convêm também considerar que os familiares já podem estar reencarnados.
Nossa mãe, que estamos ansiosos por rever, já está ao nosso lado, há tempo. Pode
ser aquela netinha e nem percebemos.
- Mas isto é aflitivo! Quem irá nos receber quando chegarmos no mundo dos
Espíritos. Haverá alguém?
É evidente que sim, sempre há. O tipo de Espíritos é que varia. Seremos
recebidos por amigos, se tivermos merecimento pela ajuda que lhes prestarmos
enquanto na matéria. Encontraremos criaturas das trevas, se fomos nocivos à
coletividade e ignoramos as dores e necessidades do próximo. Esta receita vale,
inclusive, caso nossos parentes estejam presentes, pois nada poderão fazer por
nós. A justiça na espiritualidade não aplica o 'jeitinho'. Ali é o mundo da
justiça e da verdade".
Fátima Farias