Ide e Fazei
Ide e fazei o bem, enquanto é dia!...
Bendita a mão que ara e que semeia
Enquanto a Terra canta e brilha, cheia
De beleza, de luz e de alegria.
Não vos pese seguir, de pés sangrando,
Na caminhada sobre o pedregulho...
Como o Sol, trabalhando sem barulho,
O amor segue servindo, forte e brando.
Infortunado é aquele que descansa,
Que, por temer a dor, escapa e dorme;
Mais tarde, lutará, por tempo enorme,
Sem alívio, sem paz, sem esperança...
Somente o lavrador que se desvela,
Enriquecendo a terra sem canseira,
Seguirá, do suor da sementeira,
Para a seara milagrosa e bela.
Ide e fazei o bem que vos resguarde
Contra o inverno cruel, triste e vazio,
Pois no vale da morte, escuro e frio,
Há quem clame e padeça muito tarde.
Carmem Cinira