Paciência e Nós
Quando as dificuldades atingem o apogeu, induzindo os companheiros mais
valorosos a desertarem da luta pelo estabelecimento das boas obras, e prossegues
sob o peso da responsabilidade que elas acarretam, na convicção de que não nos
cabe descrê da vitória final...
Quando os problemas se multiplicam na estrada, pela invigilância dos próprios
amigos, e te manténs, sem revolta, nas realizações edificantes a que te
consagras...
Quando a injúria te espanca o nome, procurando desmantelar-te o trabalho, e
continuas fiel às obrigações que abraçastes, sem atrasar o serviço com
justificações ociosas...
Quando tentações e perturbações te ameaçam as horas, tumultuando-te os passos, e
caminhos à frente, sem reclamações e sem queixas...
Quando te é lícito largar aos ombros de outrem a carga de atribuições
sacrificiais que te assinala a existência, e não te afasta do serviço a fazer,
entendendo que nenhum esforço é demais em favor do próximo...
Quando podes censurar e não censuras, exigir e não exiges...
Então, terás levantado a fortaleza da paciência nos reino da própria alma.
Nem sempre passividade significa resignação construtiva.
Raramente pode alguém demonstrar conformidade, quando se encontra sob os
constrangimentos da provação.
Paciência, em verdade, é preservar na edificação do bem, a despeito das
arremetidas do mal, e prosseguir corajosamente cooperando com ele e junto dela, quando nos seja mais fácil desistir.
Albino Teixeira