De Irmã para Irmã
Minha amiga:
Que a mão de Jesus nos guie para a vitória.
Minha palavra singela se ergue para saudar-te.
É a reafirmação da esperança em nosso triunfo espiritual.
Sigamos, ao sol do amor de nosso Divino Mestre, vencendo os óbices do caminho.
E haverá bastante luz em nossa fé para as realizações que nos cabem atingir.
O lar, minha querida, com seus cuidados, é a sementeira da glória.
Glória do sacrifício, esplendor que nasce da cruz.
E o mundo, com as suas lutas, agigantadas e ásperas, é a sublime lavoura, em que
nos compete exercer o dom de compreender e servir.
Com alguns, aprendemos o que seja amparar a muitos.
Com as flores do coração, habilitamo-nos a suportar os espinheiros da estrada
maior, transformando-os em roseiras de harmonia e beleza.
Se o cansaço nos requisita ao repouso, recorramos à prece e prossigamos
trabalhando.
Se a dor nos visita o campo íntimo, convertemo-la em fator de alegria,
transubstanciando-a em caridade para os que sofrem mais do que nós mesmos.
Capacita-te de que nunca estamos sozinhas.
Pela oração, Jesus vive conosco.
Por essa escada de bênçãos, rogamos e recebemos, morando na Terra e no Céu.
À claridade da prece, tudo se transforma, em torno de nossos passos.
O sofrimento passa a ser purificação, como a noite é promessa do dia.
A saudade ergue-se à condição de esperança, porque tudo é sublimidade e alegria
da proteção celestial.
Quando na Espiritualidade Superior, estudamos a longa senda a percorrer e
prometemos fidelidade às próprias obrigações; mas, no mundo, a neblina da
ilusão, quase sempre, obscurece-nos o olhar e a nossa visão sofre obstáculos,
cuja intensidade e extensão não somos capazes de prever.
Recebamos os percalços da jornada, por benéficos desafios.
Desafios que devemos aceitar valorosamente, de modo a não perder o nosso ensejo
de elevação.
Sei que trazes na alma a luz acesa da fé, mas não ignoramos também a ventania
que sopra forte sobre a chama dos nosso mais puros ideais.
Preservemos a flama de nossas promessas ao Cristo e vivamos servindo ao Senhor
que nunca menosprezou as nossas necessidades, honrando-o na pessoa do nosso
próximo menos feliz.
Na obra do Evangelho, a tarefa cumprida gera novas tarefas que nos aguardam a
paciência e a dedicação.
Não esperemos assim, da atualidade, quando apenas começamos o nosso esforço de
redenção, o descanso que o mundo realmente ainda não possui para nos dar.
Doemos todas as nossas possibilidade na seara do Eterno e Divino Benfeitor.
Cada irmão do caminho, cada criatura de nossa romagem, constituem oportunidades
que Jesus nos concede para a reestruturação dos nossos destinos.
Saibamos aproveitar, assim, todos os tropeços como experiência abençoadas e
todas as experiências como lições que objetivam o nosso aperfeiçoamento.
Minha querida amiga, estamos sempre juntas.
No lar e no santuário de nossas edificações espirituais, na dificuldade e na
dor, na facilidade e na alegria.
Mais tarde, quando o dia do "agora" estiver terminado, quando o crepúsculo de
paz descer sobre a nossa estrada, então veremos, unidas, a excelsitude do
passado, a graça do presente e a ventura do porvir...
Que o nosso Divino Mestre te acalente todos os sonhos sublimes,
materializando-os no espaço e no tempo, para que a paz seja a coroa a fulgir sobre a tua fronte.
E, com o meu reconhecimento de todos os dias, pelo carinho que cultivais em meu coração agradecido e feliz, beija-te as mãos abnegadas, a tua Ecléia.
Ecléia