Caminhos Pedagógicos na Evangelização Infantil
Eis uma abençoada tarefa na seara espírita. E prioritária para as
instituições espíritas. Ao mesmo tempo, foco diretamente ligado aos objetivos do Espiritismo que é o aprimoramento intelecto-moral dos espíritos reencarnados no planeta.
E como se sabe, é na fase infantil que o espírito está mais acessível às
impressões que recebe. É a fase decisiva da semeadura no coração para que o bem frutifique abundante na vida adulta, equilibrando o ser e norteando-lhes os passos.
Eis, porém, o desafio de atividades e práticas que sejam dinâmicas e eficientes, justamente para atingir os objetivos propostos. Principalmente agora numa época de grande validade tecnológica, mas simultaneamente também de concorrência virtual que desvia a atenção e muitas vezes enfrentando os desafios da nem sempre preparação das instituições, seja pelo método, pela ausência de
reciclagem ou pela falta de estrutura para tais atividades.
Submeto ao leitor a lúcida resposta de Sandra Borba, renomada expositora
espírita de Natal-RN, a uma das perguntas da entrevista que pode ser apreciada
na íntegra diretamente no portal www.oconsolador.com (edição 98, de 15/03/09).
Face à importância da resposta, não poderia deixar de destacá-la na presente
abordagem, diante dos desafios pedagógicos da imprescindível transmissão do
Evangelho aos pequeninos:
O Consolador: O avanço da tecnologia e consequentemente a expressiva vinculação
de nossos jovens e crianças com jogos virtuais e internet dificultam o processo
educativo dos valores morais e mesmo da educação espírita, em face da ainda
inadequação de nossas instituições?
Resposta: A evangelização espírita infanto-juvenil possui uma força
extraordinária que é a mensagem lúcida e esclarecedora da Doutrina, com
repercussões na formação da personalidade integral e, sobretudo, na aquisição de
valores. Acredito que hoje todos os processos educacionais – principalmente na
escola e na família – enfrentam problemas que ainda não conseguimos compreender
por se constituírem de múltiplas variáveis, e isto permanece desafiando
estudiosos e pesquisadores do mundo todo. Na evangelização não poderia ser
diferente. Existem, porém, caminhos que a experiência já mostrou serem válidos:
conteúdos significativos, abordagem metodológica centrada na atividade da
criança e do jovem a partir da problematização das temáticas, ambiente de
amorosidade, articulação e diálogo com a família, integração nas atividades da
Casa. Esses caminhos exigem esforço coletivo, formação pedagógica contínua do
evangelizador, planejamento participativo, criatividade, autocrítica para
superar resistências, respeito para com tudo o que já foi feito, atitude de
mudança, compromisso com a tarefa, etc.
Tenho que destacar da resposta acima o precioso trecho: Existem, porém, caminhos
que a experiência já mostrou serem válidos: conteúdos significativos, abordagem
metodológica centrada na atividade da criança e do jovem a partir da
problematização das temáticas, ambiente de amorosidade, articulação e diálogo
com a família, integração nas atividades da Casa.
Notem que podemos relacionar para pensar isoladamente e atingir o conjunto
benéfico de seu uso:
a) conteúdos significativos;
b) abordagem metodológica centrada na atividade da criança e do jovem a partir
da problematização das temáticas;
c) ambiente de amorosidade;
d) articulação e diálogo com a família
e) integração nas atividades da Casa.
Vejamos que relacionando, como acima, a visão se amplia para discussão com
dirigentes e coordenadores que atuam na área. Cada item abre enormes
perspectivas de atuação. Como atingir e desdobrar cada item relacionado? Eis o
desafio de todos nós. Desafio estimulante, diga-se de passagem, pela abrangência
de atuação que permite, principalmente considerando o próprio dinamismo da
Doutrina Espírita.
Vivemos uma época extraordinária e vamos perder isso?
Podemos desprezar a pedagogia? É incoerente com a própria postura e raciocínio
solicitados e divulgados pela proposta espírita. Passemos, então, a pensar mais
sobre isso.
Orson Carrara