Mesa Branca?
Ela pode ser de madeira, de plástico ou até mesmo de concreto.
Pode ser azul, marrom, branca ou a cor que o leitor imaginar, grande ou pequena,
leve ou pesada, mas o fato é que nenhuma influência exerce sobre a prática
espírita. A mesa é móvel doméstico ou empresarial, de muita comodidade, que
facilita as mais variadas tarefas, das simples às complexas, de uso particular
ou coletivo, mas nada tem a ver com a Doutrina Espírita.
A cor, tamanho, peso ou material de que é feita, pouco importa para a prática
espírita. Inclusive a própria mesa pode ser dispensada, sem qualquer prejuízo
para as atividades, exceto para a questão de comodidade humana.
É claro que a usamos em nossos grupos, por mera questão de comodidade. Agora, a
expressão que intitula o presente artigo é fruto da ignorância popular, ou se
quisermos amenizar a frase, ela advêm da falta de conhecimento do que seja o
Espiritismo.
O Espiritismo dispensa quaisquer objetos materiais, gestos ou rituais. Móveis,
roupas especiais, velas, sinais, posturas e mesmo quaisquer expressões de cores
– inclusive a cor de suposta mesa que esteja sendo usada ou cores de lâmpadas,
cortinas e paredes – são absolutamente desnecessários, inúteis mesmo diremos.
Tudo porque a prática espírita está exclusivamente baseada na questão da
sintonia mental e dos sentimentos que norteiam os que dela participam. E isto
determina a qualidade de tais práticas.
Óbvio que nos referimos aqui à prática das reuniões mediúnicas, classificadas
por quem desconhece o Espiritismo, como de mesa branca. Mas a prática espírita
está também nos estudos, na caridade material e espiritual prestada aos
necessitados, nas atividades de divulgação – em suas diversas modalidades –, mas
também no intercâmbio com os espíritos (que nada mais são que criaturas humanas
que já deixaram o corpo de carne pelo fenômeno biológico da morte), onde o uso
ou não de uma mesa é questão secundária.
Portanto, ao ouvirmos a expressão mesa branca, já estamos cientes: quem a usa
está totalmente desconectado da realidade da prática espírita. Se for algum
grupo que a usa para auto-classificar-se, encontra-se equivocado. Se a
qualificação surgir por terceiros, quem a emite é que desconhece o que está
dizendo.
E como reconhecer, então, um grupo sério e identificado com a Doutrina Espírita?
É fácil: basta observar três critérios: bom senso, lógica e fraternidade entre
seus membros.
Orson Carrara