O Guia Real

As lições do Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, são sempre lições de sabedoria. Breve consulta em seus livros colocam-nos imediatamente a ensinos de profundidade, em admirável síntese de pensamentos que sempre significam autênticos roteiros de iluminação no caminho humano.

Foi o que aconteceu em recente consulta, em tempo mínimo de espera que nos restava numa instituição quando aguardávamos o início das atividades. Em edição já bastante usada do extraordinário livro Religião dos Espíritos, nos chamou a atenção o capítulo 37, com o mesmo título que usamos na presente abordagem.

Da segunda edição da FEB, transcrevemos parcialmente do capítulo em referência: “Não podes encontrar a diretriz real entre aqueles que te comungam a experiência terrestre (...) Cada um deles algo te ensina, beneficiando-te de algum modo; contudo, igualmente caminham, vencendo com dificuldade a si mesmos... Cada um é credor de nossa gratidão e de nosso respeito pelo amor e pela cultura que espalha, mas no campo da humanidade só existe um orientador completo e irrepreensível (...)”.

Emmanuel refere-se a Jesus. Cita os obstáculos, dificuldades, preconceitos e a própria miséria humana que encontrou, mas destaca igualmente sua serenidade, sua sabedoria e bondade, credenciando-o, claro, como um orientador completo e irrepreensível. Não há dúvida quanto a isso. Trata-se de uma verdade!

O capítulo todo é de uma beleza incomparável, para o qual remeto o leitor.

O prefácio da obra traz informação interessante. O livro é resultado de 91 sessões de estudos de O Livro dos Espíritos, durante o ano de 1959, na sede da Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba-MG, com a presença do médium e do próprio Emmanuel que acompanhou os comentários dos participantes. No final das tarefas oferecia as expressivas páginas que formaram o livro.

Do citado Prefácio, assinado na noite de 29 de janeiro de 1960, extraímos parcialmente: “(...) Não temos, pois, outro objetivo que não seja demonstrar a nossa necessidade de estudo metódico da obra de Kardec, não só para lhe penetrarmos a essência redentora, como também para que lhe estendamos a grandeza (...)”.

Notável!

O estudo metódico das obras básicas traz exatamente a oportunidade de adentrarmos a essência redentora do Espiritismo, como salienta o mentor amigo. O conteúdo do capítulo 37, ora destacado, é fruto do estudo e debate da conhecida questão 625 de O Livro dos Espíritos, que apresenta a mais curta resposta dos espíritos às indagações de Allan Kardec. E isso ocorre com as demais questões, onde a pesquisa e o estudo levam à exata compreensão dos fundamentos do Espiritismo, seus desdobramentos e roteiro iluminativo da vida humana.

É com ele, o estudo metódico, continuado, que formamos a consciência doutrinária, que conhecemos o Espiritismo, que nos permitimos igualmente a transformação interior da própria renovação e também nos transformamos em semeadores dessas verdades tão consoladoras e instrutivas.

Estudar, divulgar, viver o Espiritismo. Eis um caminho de bênçãos.

E como salienta o espírito autor no capítulo citado, cada um (...) algo te ensina, beneficiando-te de algum modo; contudo, igualmente caminham, vencendo com dificuldade a si mesmos... (...) mas no campo da humanidade só existe um orientador completo e irrepreensível (...).

É que estamos todos na condição de meros aprendizes e o único capacitado, credenciado, completo e irrepreensível – para usar as palavras de Emmanuel – um único mesmo para nossos caminhos: Jesus, o guia real, o modelo e guia da humanidade.


Orson Carrara