Efetivamente

Em nós mesmos vive o problema essencial.

Efetivamente, nada temos a ver com a manutenção do Sol, na imensidade do Espaço, mas responderemos, inevitavelmente, pelo que estamos fazendo da quota de luz que ele nos fornece.

Não nos cabe qualquer responsabilidade pelo giro da Terra, no plano cósmico; entanto, seremos interpelados, quanto ao nosso procedimento para com o pedaço de chão que nos agasalha.

Não prestaremos informes sobre a evolução do planeta em que estagiamos, mas chega sempre o dia em que se nos perguntará quanto ao tempo e ao corpo, à profissão e ao meio de trabalho que o mundo nos confia.

Não se nos indagará com respeito à administração da Justiça Universal no orbe em que vivemos; no entanto, daremos contas das obrigações que assumimos, perante superiores e subalternos, colegas e afeiçoados, que nos partilham a convivência.

Não se nos inquirirá quanto aos destinos supremos da Humanidade, mas sofreremos exame natural e direito no que se refere à nossa conduta, diante do lar e da família, tanto quanto à frente dos irmãos e companheiros que nos comungam a intimidade.

Não podemos impedir as catástrofes da Natureza e nem evitar as calamidades sociais. Outros poderes controlam a mecânica dos astros, o equilíbrio da Terra, o aprimoramento da vida, a sustentação do direito e o engrandecimento dos povos.

Reconheçamos, todavia, que nem as constelações, nem o Globo que nos serve de moradia, nem as instituições que supervisionam o progresso, nem o tribunal e nem o templo de nossa fé, conquanto nos sustentem e nos auxiliem, não conseguirão efetuar a tarefa que as Leis Divinas situam conosco, para que se realizem por nós.


Emmanuel