Nossa Outra Face
Expressando-nos na condição de espíritos da Terra e dirigindo-nos aos
companheiros da Terra, convém recordar em matéria de julgamento, que todos nós, os aprendizes de elevação, estamos conscientes de nossa outra face. A face oculta que trazemos.
Não nos reportamos aqui aos amigos que trabalham entre nós com o íntimo
iluminado pelo amor, em seus mais altos estágios de grandeza.
Reportamo-nos a nós mesmos, os que pugnamos pelo auto-aperfeiçoamento.
Observermos que as Forças do Bem, claramente interessadas em nossa melhoria,
suscitam, no mundo, em nosso favor, todo um acervo de situações que, em nos
impulsionando à disciplina, nos induzem à educação.
Obrigações domésticas, deveres públicos e sociais, responsabilidades de
profissão, preceitos de relacionamento e, sobretudo, os compromissos de caráter
religioso, na essência, significam tarefa de acrisolamento interior,
compelindo-nos à sociabilidade e à gentileza na superfície de nossas
manifestações.
A Sabedoria da Vida procura esculpir-nos a imagem nos moldes da sublimação
integral.
Recordemos as tempestades magnéticas do desespero e da revolta, do crime e da
lamentação em forma de angústia vazia a que nos entregamos instintivamente e
rememoremos as ocasiões em que fantasiamos o mal onde o mal não existe e, ainda,
aquelas outras em que exercemos a opressão disfarçada, ampliando processos de
crueldade mental sobre os outros e verificaremos que carregamos por dentro a
nossa outra face, a exigir-nos atenção e burilamento.
Compreendamos semelhante verdade sem fixar-nos na crosta de nossas vestimentas
psicológicas.
Voltemo-nos para o âmago de nós em espírito, mas sem os prejuízos do azedume e
da auto-condenação, plenamente integrados na certeza da Misericórdia de Deus, e
encontraremos a nossa própria alma imortal a pedir-nos paz e luz, amor e
sabedoria, a fim de altear-se com segurança para a Vida Maior.
Emmanuel