Justiça Infalível, Mas Misericordiosa
A lei de ação e reação é perfeita. Tudo o que fazemos para os
outros retorna para nós mesmos. O mal que distribuímos – de qualquer espécie –,
seja em calúnia ou prejuízos e sofrimentos causados ao próximo, redundará em
aflições futuras e exigirão reparação.
Por outro lado, o bem que dedicarmos ao próximo retornará como alívio e bênçãos
no futuro. Nada do que fazemos se perde. E tudo isso é aprendizado.
O que ocorre, porém, em crimes bárbaros, especialmente envolvendo crianças.
Qual a situação do agressor e da vítima?
Há que considerar que todo agressor é alguém necessitado de misericórdia, pois
está enfermo, desequilibrado. E, embora desequilibrado em suas ações, responderá
pelos sofrimentos que causou, senão pela justiça humana, mas sempre pela Justiça
Divina, pois que a vida tem inumeráveis mecanismos de reparação. Nesta ou em
outras existências.
Quanto à vítima, criança ou adulto, porque sofre tais ações?
Não temos condições de julgar ou avaliar, pois não temos conhecimento completo
da história da vítima, pois que tais registros extrapolam a presente existência.
E o mesmo podemos dizer do agressor. Que laços ligam a ambos? Qual o
relacionamento entre ambos no passado? Não sabemos.
Porém, algo é correto: ninguém sofre por acaso. Há todo um perfeito mecanismo de
justiça que enquadra cada situação conforme necessidades de todas as partes.
Mesmo assim, a justiça é extremamente misericordiosa. Ampara sempre.
E nunca poderemos generalizar, pois cada caso é único.
Para os que duvidam seria o caso de perguntam porque determinadas pessoas
escapam ilesas de acidentes pavorosos, sem qualquer arranhão? Seria o caso de
perguntam porque certos acontecimentos atingem uns e não outros. Por que para
uns a saúde e/ou a riqueza e para outros a miséria, a destruição, a doença?
É em torno de toda esta temática que devemos refletir sobre as palavras de
Jesus: a cada um segundo suas próprias obras. E para corrigir todas essas
distorções, haver justiça – sem dispensa da misericórdia –, e promover o bem
geral há o mecanismo de outra lei: a reencarnação, ou a pluralidade das
existências, que corrige e abre renovadas oportunidades de aprendizado, recomeço
e reparação para os equívocos de todo dia.
Orson Carrara