Problemas de Direção
Muita gente procede assim, por falta de uma palavra amiga que lhe favoreça a direção. Quantas vezes, nós próprios anestesiamos a noção de responsabilidade ao elixir da conveniência e teremos procedido também desse modo, em estâncias do passado, diante das tarefas renovadoras de outras reencarnações?
Nenhuma intenção de fazer pejorativa a identificação do companheiro de ideal e
trabalho que podemos designar como sendo meio-espírita, de vez que o nosso
propósito é aquele dos irmãos empenhados em elevar o nível de rendimento da
família na prosperidade doutrinária.
Os espíritas de metade existem e decerto que grande merecimento possuem pelas
qualidades respeitáveis que já apresentam, mas devemos ajudá-los através da
oração a complementarem as realizações edificantes que se encontram intimados a
fazer.
São eles habitualmente pessoas convictas das realidades do espírito; contudo,
não se apercebem da importância disso, exaltando fenômenos e não levantando
sequer uma palha na divulgação da Verdade.
Acreditam que é preciso trabalhar nas boas obras e nunca se animam à mínima
tarefa. Destacam a excelência da seara espírita e recusam qualquer compromisso
de trabalho dentro dela.
Fogem de colaborar na ação construtiva, e, se encontram confrades zelosos e
disciplinados em serviço, costumam interpretá-los por irmãos tendentes a
fanatismo e covardia.
Estão invariavelmente prontos a receberem o socorro do passe ou do amparo
espiritual e são alérgicos aos aborrecimentos, mesmo pequeninos, quando se trata
de prestarem algum auxílio aos outros.
Dizem-se prudentes e se fazem tão arredios da edificação espírita, em nome da
prudência, que chegam a entravar o passo de numerosos irmãos dispostos a
trabalhar.
Aceitam os preceitos espíritas, mas habituam-se, de tal maneira, a seguir os
preconceitos do mundo que chegam a abraçar as piores diretrizes sociais, sob a
alegação de que a fraternidade precisa estar com todos.
Revelam-se por excelentes conversadores, destacando a verdade com o verbo quente
e expressivo nas horas de céu calmo; todavia, esmorecem na palavra frouxa e
morna, quando as nuvens borrascosas da mentira exigem o testemunho da verdade.
Reflitamos no assunto e pausemos para auto-exame. Reconheçamos a grandeza da
redentora Doutrina dos Espíritos que nos traz as bênçãos de Jesus por inteiro.
Evitemos a nossa classificação deficitária de aprendizes com aproveitamento de
metade que, ao invés de situar-nos no caminho do meio, nos deixa para trás, no meio do caminho.
André Luiz