Jovens e Adultos

No momento atual do mundo, quando se repetem por todos os recantos os impositivos da revisão do tratamento em favor da juventude, é razoável que se aplique o mesmo critério para a madureza.

Nem conceituação de irresponsabilidade para os jovens. Nem alegação de inutilidade para os adultos.

Em se corporificando na Terra, o Espírito inicia uma viagem que vale por estágio educativo; e, num estágio educativo, todas as fases são importantes.

Ninguém conquista certificado de competência numa faculdade de ensino superior, sem haver passado nas letras primárias, e ninguém consegue caminho seguro em semelhante iniciação sem apoio naqueles que amadurecem na escola da experiência.

Os jovens pedem a liberdade de crer em sua própria capacidade de realização.

Os adultos devem acreditar em sua capacidade própria de valorizar e aperfeiçoar as realizações da vida.

Na esfera do acatamento recíproco, os jovens podem criar campanhas de ação construtiva e os adultos precisam estabelecer campanhas contra a inação destrutiva, na qual muitos deles se põem a esperar improdutivamente a morte do corpo físico, qual se houvessem perdido a possibilidade e a obrigação de trabalhar.

Os jovens podem improvisar a formação de novos padrões para a existência e os adultos são naturalmente chamados a selecioná-los para que se conservem os que se mostrem bons, tudo isso nas bases do respeito mútuo.

Não vemos qualquer conflito mais grave agora que noutras épocas, entre os mais moços e os menos moços.

O que existe é o anseio da juventude no sentido de se edificar segundo a sua própria vocação, tanto quanto anotamos na madureza a necessidade de aproveitar, com mais segurança e com espírito mais amplo de reconhecimento a Deus, os benefícios que a Providência Divina lhe propicia, através da ciência humana, a fim de proteger o veículo físico e salvaguardar a alegria de viver, com vistas à permanência, tanto quanto possível, mais longa e mais útil nos quadros de serviço terrestre.

Concluindo, reconhecemos que tão livre e robusta é a mocidade para zelar, disciplinadamente, pelos seus próprios interesses, quanto robusta e livre é a madureza para defender a sua própria felicidade, pela aceitação da lei do trabalho que nos cabe a todos, em qualquer lugar, tempo, circunstância e condição, desde que se mostre agindo ponderadamente.

E, com relação a jovens e adultos que se transviam, desertando dos compromissos que assumem ou caindo no desrespeito à própria consciência, isso é outro problema, que não interfere com os nossos estudos, em torno da evolução.


Emmanuel