Do Carinho Paternal
Meu filho:
Deus te abençoe.
Como sempre, acompanho-te os passos.
Não percas a luz que a Mão invisível do Senhor acendeu em tua mocidade.
Contra ela conspiram as sombras da maldade humana, porque enquanto não possuir a Terra bastante claridade, a treva não perdoa aqueles que tentam com Jesus a descoberta do sol de fraternidade e paz verdadeira para o mundo.
Recebeste um tesouro que a minha luta árdua e absorvente não me permitiu procurar.
Defende-o.
Não é o ouro e nem os títulos que fazem o engrandecimento do homem; mas sim a renovação íntima dele, na aquisição da vida superior.
É fácil servir aos governos estabelecidos na Terra; é fácil a nossa submissão às disciplinas de variados matizes para que nos façamos cidadãos respeitáveis à frente das criaturas quase sempre tão frágeis e tão enganadas quanto nós mesmos; mas servir ao Cristo na pessoa do próximo, desvencilhando-nos de nossas vaidades e de nossas ilusões, é tarefa quase sobre –humana.
Por teu exemplo, meu filho, auxiliarás aos teus irmãos na subida espiritual. Em ti tenho as minhas maiores preocupações, e, atualmente, em tua boa vontade e em tua fé, sinto meu ponto de apoio para replantar a lavoura de minhas paternais esperanças.
Em tuas horas de solidão interior, não te confies à amargura ou ao desânimo.
Ouço-te as indagações sem palavras e espero continues avançando no conhecimento superior para que nos irmanemos, mais intimamente, nos trabalhos novos que devemos realizar.
Ajuda, como sempre, a mãezinha, com o teu devotamento de cada dia e, quanto possível,afeiçoemo-nos aos serviços da caridade que nos acenam na estrada renovadora a que fomos conduzidos.
Conduze à tua mãe o meu pensamento diário de carinho, de gratidão, de saudade e de amor; lembra-me aos filhos queridos, e recebe o paternal e afetuoso abraço de teu pai, muito amigo de sempre,
Carlos