Casamento e Divórcio
"Pergunta --- Será contrário à lei da Natureza o casamento,
isto é, a união permanente de dois seres?"
"Resposta --- É um progresso na marcha da Humanidade."
Item n. 695, de "O Livro dos Espíritos".
O casamento ou a união permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime
de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da
assistência mútua.
Essa união reflete as Leis Divinas que permitem seja dado um esposo para uma
esposa, um companheiro para uma companheira, um coração para outro coração ou
vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida.
Imperioso, porém, que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca, de vez
que na comunhão sexual um ser humano se entrega a outro ser humano e, por isso
mesmo, não deve haver qualquer desconsideração, entre si.
Quando as obrigações mútuas não são respeitadas no ajuste, a comunhão sexual
injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas repercussões na
consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por vezes, muito
difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir a si mesmo.
Indiscutivelmente, nos Planos Superiores, o liame entre dois seres é espontâneo,
composto em vínculos de afinidade inelutável. Na Terra do futuro, as ligações
afetivas obedecerão a idêntico princípio e, por antecipação, milhares de
criaturas já desfrutam no próprio estágio da encarnação dessas uniões ideais, em
que se jungem psiquicamente uma à outra, sem necessidade da permuta sexual, mais
profundamente considerada, a fim de se apoiarem mutuamente, na formação de obras
preciosas, na esfera do espírito.
Acontece, no entanto, que milhões de almas, detidas na evolução primária, jazem
no Planeta, arraigadas a débitos escabrosos, perante a lei de causa e efeito e,
inclinadas que ainda são ao desequilíbrio e ao abuso, exigem severos estatutos
dos homens para a regulação das trocas sexuais que lhes dizem respeito, de modo
a que não se façam salteadores impunes na construção do mundo moral.
Os débitos contraídos por legiões de companheiros da Humanidade, portadores de
entendimento verte para os temas do amor, determinam a existência de milhões de
uniões supostamente infelizes, nas quais a reparação de faltas passadas confere
a numerosos ajustes sexuais, sejam eles ou não acobertados pelo beneplácito das
leis humanas, o aspecto de ligações francamente expiatórias, com base no
sofrimento purificador. De qualquer modo, é forçoso reconhecer que não existem
no mundo conjugações afetivas, sejam elas quais forem, sem raízes nos princípios
cármicos, nos quais as nossas responsabilidades são esposadas em comum.
Emmanuel