Consciência e Mediunidade
No complexo mecanismo da consciência humana, a paranormalidade desabrocha, alargando os horizontes da percepção em torno das realidades profundas do ser e da vida.
Explodindo com relativa violência em determinados indivíduos, graças a cuja manifestação surgem perturbações de vária ordem, noutros aparece sutilmente, favorecendo a penetração em mais amplas faixas vibratórias, aquelas de onde se procede antes do corpo e para cujo círculo se retorna depois do desgaste carnal.
Irradiando-se como apercebimento da própria alma em torno do mundo que a rodeia,
capta e transmite impressões que propõem mais equilíbrio aos quadros da vida.
Além das manifestações peculiares aos seus atributos, enseja o intercâmbio
mediúnico sem qualquer receio e ouvirás palavras alentadoras, verás pessoas
queridas acercando-se de ti.
Não és uma realidade estática, terminada.
No processo da tua evolução, a mediunidade é campo novo de ação a joeirar,
aguardando o arado da tua atenção.
Sem constituir-se um privilégio, é conquista que se te apresenta fascinante,
para que mais cresças e melhor desempenhes as tuas tarefas no mundo.
Por ela terás acesso a paisagens felizes, a intercâmbios plenificadores, a
momentos de reflexão profunda. Talvez, em algumas ocasiões, te conduza aos
sítios do sofrimento e às pessoas angustiadas que também fazem parte do contexto
da evolução.
Sintonizarás com a dor, no entanto, para que despertem os teus valores
socorristas e ajudes, compreendendo melhor as leis de causa e efeito, que regem
no universo.
Nos outros, os momentos de elevação, adquirirás sabedoria e iluminação para o
crescimento eterno, conduzindo contigo aqueles que ainda não lograram caminhar
sem apoio.
A mediunidade, para ser dignificada, necessita das luzes da consciência
enobrecida.
Quanto maior o discernimento da consciência, tanto mias amplas serão as
possibilidades do intercâmbio mediúnico.
Antes de estudar a mediunidade mais profundamente, Allan Kardec perguntou aos
Mensageiros da Luz, conforme se lê no item 408, de O Livro do Espíritos:
-E qual a razão de ouvirmos, algumas vezes em nós mesmos, palavras pronunciadas
distintamente, e que nenhum nexo têm com o que nos preocupa?
Os Veneráveis elucidaram-no:
-É fato: ouvis até mesmo frases inteiras, principalmente quando os sentidos
começam a entorpecer-se. É, quase sempre, fraco eco do que diz um espírito que
convosco se quer comunicar.
Conscientizando-te desta rica responsabilidade mediúnica ao teu alcance, faze
silêncio interior, estuda a tua faculdade e, meditando, entra em sintonia com o
teu guia espiritual a fim de que ele te conduza com segurança, iluminando e fortalecendo a tua consciência.
Joanna de Ângelis