Na Viagem Terrestre

Pobre viajar, que a mágoa dilacera,
Vence a poeira e o pranto em que te esmagas
E alçando a fé, além das próprias chagas,
Busca o esplendor da Eterna Primavera.

Não te prendas no mundo às sombras vagas
Do castelo enganoso da quimera!....
De coração gemente e alma sincera,
Rompe o caminho de aflições e pragas...

Guarda o silêncio na alma fatigada,
Procurando no tempo o sol da estrada
Em que teu velho sonho peregrina!...

E, em breve, atingirás na excelsa altura,
A alegria do amor, imensa e pura,
E a paz celeste na Mansão Divina.


Arnold Souza