Poderes Ocultos
"E onde quer que ele entrava, fosse nas cidades, nas aldeias ou nos campos, depunham os enfermos nas praças e lhe
rogavam que os deixasse tocar ao menos na orla de seu vestido; e todos os que nele tocavam, saravam." - (MARCOS, 8:56.)
Não raro, surgem nas fileiras espiritualistas estudiosos afoitos a procurarem, de qualquer modo, a aquisição de poderes ocultos que lhes confira posição de evidência. Comumente, em tais circunstâncias, enchem-se das afirmativas de grande alcance.
O anseio de melhorar-se, o desejo de equilíbrio, a intenção de manter a paz,
constituem belos propósitos; no entanto, é recomendável que o aprendiz não se
entregue a preocupações de notoriedade, devendo palmilhar o terreno dessas
cogitações com a cautela possível.
Ainda aqui, o Mestre Divino, oferece a melhor exemplificação.
Ninguém reuniu sobre a Terra tão elevadas expressões de recursos desconhecidos
quanto Jesus. Aos doentes, bastava tocar-lhe as vestiduras para que se curassem
de enfermidades dolorosas; suas mãos devolviam o movimento aos paralíticos, a
visão aos cegos. Entretanto, no dia do Calvário, vemos o Mestre ferido e
ultrajado, sem recorrer aos poderes que lhe constituíam apanágio divino, em
benefício da própria situação. Havendo cumprido a lei sublime do amor, no
serviço do Pai, entregou-se à sua vontade, em se tratando dos interesses de si
mesmo. A lição do Senhor é bastante significativa.
É compreensível que o discípulo estude e se enriqueça de energias espirituais,
recordando-se, porém, de que, antes do nosso, permanece o bem dos outros e que
esse bem, distribuído no caminho da vida, é a voz que falará por nós a Deus e aos homens, hoje ou amanhã.
Emmanuel