Pátria do Evangelho
É conhecida de quase todos os espíritas a famosa afirmativa de Humberto de
Campos. Espírito. escrita através da psicografia de Francisco Cândido Xavier: "Brasil, Coração do Mundo. Pátria do Evangelho".
Muitos espíritas contestam o conceito de que o Brasil seria a Pátria do
Evangelho, alegando, e isto é verdade, que em muitas ocasiões vemos falta de fraternidade entre os companheiros da crença espírita, quando, não raro, vemos, até mesmo, verdadeiras manifestações de ultramontanismo, sem falar nas ocasiões em que o espíritas pareceu? Se entredevorar, através de discussões absolutamente improfícuas sobre certos temas ditos doutrinários
Seja como for, a verdade é que o Espiritismo vai conquistando seu espaço entre o
povo, chegando às mais variadas camadas da população e até mesmo cumprindo um
papel de destaque na sociedade dos desvalidos, através dos múltiplos
atendimentos assistenciais. Mas é principalmente no campo da divulgação
doutrinária que os espíritas se destacam. Consolando os que choram, explicando
as verdades do Evangelho, espalhando o conhecimento que estimula os homens a
viverem em paz, explicando a Lei de Causa e Efeito, enfim, dedicando-se aos
diversos trabalhos que uma casa espírita oferece é que demonstram sua vocação
para o bem e para a característica principal de seu espírito: sua tendência à
evangelização.
Aqueles que militam em uma casa espírita desdobram-se em várias frentes de
trabalho. Ora estão no serviço de passes aprendendo a servir - e não há como
negar que essa tarefa predispõe o homem a doar-se, a despojar-se de dogmatismos,
quando vê diante de si um doente que lhe pede apoio fluídico espiritual - ora
estão, disciplinadamente, nas sessões de amparo aos espíritos sofredores.
Receber junto a si, até mesmo com uma dose de renúncia, espíritos dementados,
orgulhosos e, muitas vezes, vingativos, quase todos com a característica de
for-te sofrimento, é também um sinal de evangelização incipiente.
Que falar dos que escrevem, dos que falam, dos que dirigem cursos de estudos
doutrinários. Lembramos, ainda, os trabalhadores da direção de uma casa espírita
que abrem suas portas para receberem, no âmago da instituição, estranhos, e
neles forjar a característica espírita, tornando-os espíritas no modo de ser, de
pensar e de agir, mostrando-lhes que podem e devem ser bons e evangelizados.
Todos esses homens e mulheres, dedicados servidores do Evangelho de Jesus,
caminham entre tropeços, mas andam buscando aperfeiçoar-se e tornar-se bons.
Lutam para dourar dentro de si o antigo, porque desejam ser homens novos, como
bem nos falou o apóstolo Paulo (Filipenses 3: 12 a 16).
Vejo nessas manifestações hercúleas de esforço próprio um verdadeiro caminhar
para o estado de permanente evangelização - é o Evangelho em ação no homem de
bem, é o bem participante da Pátria do Evangelho.
Quer dizer, então, dos que, em verdade não conseguem superar suas dificuldades,
que trazem dormitando ou não o egoísmo dentro de si?
Esses, podemos concluir, são os Viajores - e quem não o é? - da estrada da
evolução. Ainda não aprenderam a caminhar com inteireza, mas estão no caminho.
Se não são evangelizados como gostaríamos que fossem, certamente o serão amanhã.
Disso tenham todos a absoluta certeza.
Concluindo, devemos repetir com o generoso Espírito Humberto de Campos que,
graças a Deus, nascemos na Pátria do Evangelho e que somos, por isso mesmo,
espíritos em permanente evolução para o mais saber, mas, acima de tudo, para o mais sentir.
Altivo Carissimi Pamphiro