Ouve-me

Ó vós que ides marchando, almas sedentas
De paz, de amor, de luz, sob as maiores
Desventuras do mundo, sob as dores
De misérias, batalhas e tormentas...

Também senti as emoções violentas
Que palpitam nos peitos sonhadores,
E sustentei, varado de amargores,
Surdas batalhas, rudes e incruentas.

Também vivi as lágrimas obscuras,
Iguais às vossas, míseras criaturas,
Que tombais nos caminhos sem dizê-las!

Exultai, que uma vida eterna e grande,
Além da morte, esplêndida se expande
No coração sublime das estrelas!...


Cruz e Souza