Emoções Perturbadoras
O homem que se candidata a uma existência feliz, tem a obrigação de vigiar as suas emoções perturbadoras, a fim de evitar-se desarmonias perfeitamente dispensáveis, na economia do seu processo de evolução.
As emoções perturbadoras decorrem do excesso de auto-estima, do apego aos bens materiais e às pessoas, e do orgulho, entre outros fatores negativos.
O excesso de consideração que o indivíduo se concede, leva-o à irritação, ao ciúme, à agressividade, toda vez que os acontecimentos se dão diferentes do que ele espera e supõe merecer.
O apego responde-lhe pela instabilidade emocional, trabalhando-lhe a ganância, a
soberba e a ilusão da posse, que concede a falsa impressão de situar-se acima do
seu próximo.
O orgulho intoxica-o, levando-o à pressuposição de credenciado pela vida a
ocupar uma situação privilegiada e ser alguém especial, merecedor de homenagens
e honrarias, em detrimento dos demais.
Qualquer ocorrência que se apresente contraditória a esses engodos gerados pelo
ego insano, e as emoções perturbadoras se lhe instalam, proporcionando
desequilíbrios de largo porte, exceto se ele se resolve por digerir a situação e
mudar de paisagem mental.
Superar tais emoções que têm raízes no seu passado espiritual, eis o grande
desafio.
Assim, cumpre que ele envide todos os esforços para o autodescobrimento e a
aplicação das energias em combater a inferioridade que predomina em a sua
natureza.
"Não há nada, a que o homem não se acostume com o tempo", afirma um velho
brocardo popular.
A liberação das emoções perturbadoras é resultado dos hábitos insalubres de
entregar-se-lhe sem resistência.
Tão comum se faz ao indivíduo a liberação dos instintos perniciosos geradores
deles, que este se não dá conta do desequilíbrio em que vive.
Adaptando-se ao autocontrole, eliminará, a pouco e pouco, a explosão dessas
emoções perturbadoras.
Mediante o pequeno código de conduta, torna-se fácil a assimilação de outros
hábitos que são saudáveis e felicitam:
- considera a própria fragilidade que te não faz diferente das demais pessoas;
- observa o esforço do teu próximo e valoriza-o;
- treina a paciência ante as ocorrências desagradáveis;
- reflexiona quanto à transitoriedade da posse;
- medita sobre a necessidade de ser solitário;
- propõe-te a adaptação ao dever, por mais desagradável se te apresente;
- aprende a repartir, mesmo quando a escassez caracterizar as tuas horas. . .
Um treinamento íntimo criará novos condicionamentos que te ajudarão na formação
de uma conduta ditosa e tranqüila.
Foram as emoções perturbadoras que levaram Pedro, temeroso, a negar o Amigo, e
Judas, o ambicioso, a vendê-lo aos inimigos da Verdade.
O controle delas, sob a luz da humildade e da fé, proporcionou à humanidade o
estoicismo de Estevão, a dedicação até o sacrifício de Paulo – que as venceram –
e toda a saga de amor e grandeza do homem abnegado de todos os tempos.
Joanna de Ângelis