Expanções do Princípio Inteligente
Nos impulsos que a vida planetária nos vai mostrando, anotamos uma ordem bem elaborada a corresponder a uma finalidade que, nos dias atuais, apesar das técnicas existentes, nos escapa inteiramente uma adequada explicação.
O que vemos nos reinos da natureza, a partir dos minerais até o reino hominal, é de tal complexidade os ordenados aspectos morfológicos, que não podemos deixar de atribuir, tais manifestações, como conseqüências de leis responsáveis por tais eventos.
No reino mineral são expressivas as forças da atração e coesão das moléculas, a organizarem os diversos e bem ordenados sistemas cristalográficos, traduzindo orientação e equilíbrio na formação desse reino.
No reino vegetal as manifestações se mostram mais avançadas, onde a fotossíntese
representa expressiva aquisição. Neste reino, a molécula orgânica afirma-se e já
propiciando elementos construtivos da escola evolutiva dos seres.
O reino mineral é o reino que define as unidades inorgânicas, mesmo dentro de
suas combinações, divergindo do vegetal, onde a matéria orgânica cresce,
expandindo-se e combinando-se em muitos e novos elementos. Tudo, é como se um
princípio-organizador, limitado no reino mineral, alcançasse novas
possibilidades e atributos na organização vegetal, propiciando múltiplas
combinações que se vão expressando na conhecida irritabilidade celular. Ao mesmo
tempo, observam-se reações em face às condições do meio, como o heliotropismo,
as variações de acidez e alcalinidade e muitas outras elaborações bioquímicas.
Neste meio, os processos seletivos da quimiossíntese já apresentam novos avanços
a expensas das bactérias, em que muitas delas fazem parte do reino animal.
No reino animal as elaborações são bastante complexas; além dos impulsos que lhe
são próprios, consigo carrega as heranças dos reinos menores que o seu. Na fase
animal, com as condições do próprio sustento relacionado ao meio onde militam,
existem as novas condições equacionadas nos equilibradores orgânicos.
No reino animal podemos registrar que os campos organizadores (princípio
inteligente), pertencentes a uma "massa-diretora" (alma-grupo) própria a cada
espécie, nos animais de constituição mais complexa haveria uma dispersão da
"massa-energética", a fim de que as "sementes" de seu conteúdo (individualidades
espirituais em formação) fossem ocupando as organizações físicas; isto é, cada
ser com o seu próprio princípio inteligente. Esta condição poderá ser observada
a partir dos répteis, por já terem organização física mais avançada e já
possuidores, na massa cerebral, de uma glândula específica (glândula pineal),
embora em fase inicial sob a denominação de olho pineal. Diz-nos André Luiz
(Espírito) que nesses animais podemos considerar o início do processo de
individualização espiritual (princípio inteligente em elaboração), isto é, já
existiria o princípio inteligente independente a comandar o processamento da
vida física, com mais expressividade, pelo auxílio do olho pineal.
O princípio espiritual, trilhando independente na escala animal, aprimorando-se
cada vez mais, inclusive família dos primatas, alcançaria, no homem, sua mais
expressiva demonstração a expensas da glândula pineal (relógio biológico) É como
se houvesse, há milhões de anos, uma elaboração onde a memória fragmentária dos
animais fosse, a pouco e pouco, adquirindo novas condições até alcançar, no
hominal, a memória contínua (renovações reencarnatórias); nesta, o raciocínio
seria acompanhado de novos fatores, inclusive os afetivos, a refletirem-se nos
potenciais da responsabilidade (nascimento do livre-arbítrio). Assim, do
Ardipithecus ramidus, alcançando evolutivamente os australapithecus (aferensis,
africanus, robustus), chegasse ao homo-habilis e seus continuadores, o erectus e
o sapiens do reino hominal, em condições do mais expressivo estado de
consciencialização.
Consideremos de importância, toda série evolutiva, a existência de um processo
atrativo entre seus congêneres, que podemos considerar como sendo de
sexualidade, com imensas variações e vivências, de modo mais expressivo a partir
dos vegetais. Neste reino vegetal, os impulsos de sexualidade mostram a sua
dinâmica, com variações e oscilações, entre o hermafroditismo (plantas
fanerogâmicas e a reprodução sexuada (plantas criptogâmicas).
Nos amimais, essas forças reprodutivas, mesmo diante da complexidade física que
já carregam, existem oscilações, onde aqui e ali, observam-se o hermafroditismo
e ensaios da homossexualidade. É preciso acentuar que as variações homossexuais
observadas em animais não refletem danos, por não existirem os fatores de
conscientização que caracterizam a psique contínua (hominal) e que são
inexistentes na memória fragmentária. Atitudes dessa ordem, por serem
instintivas, não produzem reflexos destoantes nos componentes das forças
criativas do princípio inteligente. Este mecanismo pode ser considerado como uma
necessária acomodação de energias, com finalidade de desagúe das funções
instintivas de sexualidade imperativas da organização material.
Por tudo isso é que existe, na grande maioria dos animais, tão somente, a fase
de sexualidade reprodutiva refletida no cio, como necessidade reprodutiva em
virtude da psique fragmentária que possuem. No caso da espécie humana, onde a
sexualidade se mostra de totalidade, atenderá não somente a reprodução, mas,
também as organizações afectivas da zona espiritual. Esta última condição,
somente se mostrará eficiente se houver o desenvolvimento do amor responsável
divergente dos impulsos periféricos que apenas visam os sentidos materiais como
verdadeiras descargas energéticas, sem condições éticas, a se perderem num vazio
psicológico. Isto quer dizer que o mecanismo de sexualidade, com seus fortes
componentes energéticos atados às forças criativas do espírito, necessita de
compreensão, educação, responsabilidade e bom direcionamento, por ser um dos
alicerces construtivos da evolução.
A complexa linha da vida planetária, com seus 3,5 bilhões de anos de existência,
se considerarmos todo esse tempo representando apenas I ano, segundo alguns
antropólogos, os répteis apareceram em meados de dezembro e o homem nos últimos
2 segundos.
O homem é recente no planeta (1 milhão e 600 mil anos). O homem autóctone,
aquele que foi o resultado do aperfeiçoamento dos primaras, deveria ter passado
um bom tempo até alcançar o chamado período paleolítico ou da pedra lascada,
cuja máxima aquisição foi o fogo; sua palavra ainda rudimentar, cujo pensamento
se foi transformando, lentamente, do fragmentário da fase animal ao contínuo do
reino hominal, onde múltiplos fatores se encontram coligados.
Segue-se o período neolítico ou da pedra polida, cujas acentuações vocais,
auxiliadas possivelmente, pela música, já formavam palavras, embora reduzidas e
muito pobres. Essas novas condições de comunicação propiciavam a formação de
grupos humanos, cada vez mais acentuados, contribuindo na criação, embora lenta,
da agricultura e conseqüente fixação no solo.
A pouco e pouco a evolução progride no reino hominal e imensas raças se vão
formando, como, também, evoluindo a linguagem. Esta, a princípio partindo das
inflexões vocais, como autênticos gritos de alarme, vão lentamente alcançando as
línguas monossilábicas de caráter bastante pobre. No impulso sempre presente da
evolução, as línguas flexíveis se vão articulando em seus vocábulos móveis.
Com os milênios, aparecem as línguas chamadas analíticas, cujas palavras definem
ideias, como, também, os ideogramas que alcançaram posições interessantes na
civilização egípcia, chinesa e no Japão antigo.
Nos dias atuais, estatísticas nos mostram que a língua mais falada é o mandarim,
alcançando 900 milhões de chineses, sendo que, variados grupos em volta de 400
milhões, falam incontáveis dialetos. A seguir vem o inglês, seguindo-se o hindi,
na Índia, ao lado de muitos dialetos. Posteriormente, o espanhol, o russo, o
bengali e o português.
Bem claro e compreensível que houve nascimento de imensas misturas lingüísticas,
em face das circunstâncias que o meio oferecia, choques de comunidades,
miscigenações múltiplas e as variações raciais que se foram ampliando e
divergindo das quatro raças básicas, refletidas na caucásica, mongol, negra e
australoide.
Uma questão que sempre se encontra no pensamento de muitos estudiosos, é de como
se formaram todas essas variações raciais. Grande parte dessas não pode ser
computada, tão somente, na dependência dos fatores do meio, embora muitos
antropólogos tenham como certo que o reino hominal despertou em várias frentes
no planeta. Mesmo assim, diante de tais fatos, devemos considerar as informações
espirituais, cujos registros são fidedignos, da existência de espíritos de
outros orbes reencarnando na Terra em variados
momentos. O livro mais divulgado que faz tal referência. Os Exilados de Capela,
anota que determinado planeta, na constelação do Cocheiro, alcançando patamar
espiritual mais avançado, ainda continha em sua psicosfera Espíritos que não
possuíam condições de acompanhar os novos acontecimentos evolutivos. Desse modo,
foram direcionados à Terra a fim de impulsionar os hominais em sua fase inicial.
Esta condição possibilitaria colocar na Terra Espíritos com algumas
experiências, propiciando novas condições mais avançadas.
Aceitamos, realmente, a existência dessa possibilidade dos exilados de Capela,
porém, em face das variações acentuadas de raças, seria possível que Espíritos
de outras civilizações, também aqui aportassem em semelhantes condições, a fim
de contribuírem nas impulsões evolutivas, com novos recursos experienciais. Os
fatores do meio ambiente, tão somente, não poderiam explicar tamanha
divergência.
Nesta contingência, os milênios se escoaram até que o reino hominal terráqueo
pudesse, com experiências reencarnatórias de todos os matizes, ir formando
civilizações com o imenso trabalho de suas próprias aquisições. O impulso
evolutivo mais expressivo que pode ser anotado na morfologia humana, foi a
elaboração dos potenciais da zona cerebral, com seus respectivos hemisférios,
onde o lobo frontal pode ser considerado o mais expressivo pelas funções que lhe
são atribuídas. Assim é que registramos a testa obliqua dos primatas (lobo
frontal reduzido) que, percorrendo os seus diversos ramos, até alcançar o
homo-sapiens em suas inúmeras vivências, vai verticalizando a testa pelo
desenvolvimento do lobo frontal. Neste, os processos conscienciais vão
alcançando os níveis mais expressivos das funções psíquicas, em que o raciocínio
passa a ser expressão mais avançada da memória contínua. Outras funções
superiores se vão mostrando, refletidas, principalmente, no livre-arbítrio que
se encontra atado ao fator responsabilidade em seus diversos graus.
Pela imposição evolutiva ser humano vai sempre adquirindo novas funções
psicológicas, em que podemos salientar os fatores que definem o processo
analítico e o sintético, a se mostrarem, amiúde, no quotidiano da caixa
cerebral.
É bem verdade que o sector cerebral não é o criador dos fenômenos, mas a zona
que expressa, a seu modo e possibilidade, as funções mais específicas da zona
perispiritual que, por sua vez, é a tradutora e divulgadora das energias
espirituais de profundidade. Assim, pela nossa cerebração, podemos compreender
uma vasta fenomenologia percebida mesmo assim, ainda estamos longe de
compreensão de suas imensas possibilidade. Assim pela nossa cerebração, podemos
compreender uma vasta fenomenologia percebida pelos processos analíticos, além
de outros tantos, mais avançados, pelos mecanismos sintético-intuitivos e, o que
é mais interessante, o conhecimento e o estudo que hoje possuímos sobre a
fenomenologia paranormal.
A ciência já possibilitou compreendermos as condições de análise e síntese que o
nosso cérebro expressa. Os fenômenos analíticos estariam, nas manipulações
psicológicas, a expensas do hemisfério cerebral esquerdo, cabendo ao direito as
expressões de conjunto e totalidade, tal acontece com a intuição em seus
diversos estados criativos. Também, será fácil de compreender que os mecanismos
ligados, ora na análise, ora na síntese, encontram-se imbricados, ficando
difícil demarcá-los; entretanto, quando existe predominância de uma dessas
vertentes, a possibilidade de avaliação será de mais fácil compreensão.
Todos esses elementos funcionais como de elaborações cerebrais, antes de mais
nada, são energias que aportam e que, nas vivências do dia-a-dia reencarnatório,
vão apresentando clarificações e melhores conceituações sobre o psiquismo
humano. Este, apesar do que já conhecemos e que se amplia na vertigem de novas
técnicas, possibilitando transformações de toda ordem no planeta, Será no
caminho do trabalho idealista, sempre acompanhado dos valores de uma ética sadia
e envolvida, cada vez mais, no amor, que compreenderemos com mais expressividade
a causa evolutiva, suas reais razões e principalmente nossa posição no cenário do Universo.
Jorge Andrea