O Grande Laboratório da Natureza
Obra de Deus revela grande planejamento prévio.
As maravilhas da natureza sempre causaram grande admiração, seja pela beleza ou expressão de inteligência da grande obra que, num encadeamento perfeito, servem os seres vivos do planeta, inclusive o homem – que normalmente causa grandes danos à economia ambiental. Como a Doutrina Espírita é abrangente, este tema também pode ser analisado sob sua ótica.
Especialmente em O Livro dos Espíritos, os capítulos IV, V e VI do livro
terceiro abordam a temática sob o enquadramento das Leis Morais. Como análise
das causas primárias, o assunto pode ser estudado nos capítulos I a IV do livro
primeiro. Mas também em A Gênese, nos capítulos II, VI, X e XIV há farto
material de pesquisa que indicamos ao leitor. A visão é abrangente e enquadra os
seres vivos, a evolução no geral – inclusive do homem – e naturalmente a causa
primeira de tudo, originária de Deus, a inteligência suprema do Universo.
Apresentando um estudo com o título Introdução ao estudo dos fluidos
espirituais(1), Allan Kardec faz interessante consideração, que transcrevemos
parcialmente: "(...) Um pequeno grão é posto na terra, nasce, cresce e torna-se
uma grande árvore que, anualmente, dá folhas, flores e frutos. Quer dizer que a
árvore se achava inteirinha no grão? Certamente que não, porque ela contém uma
quantidade de matéria muito mais considerável. Então de onde lhe veio essa
matéria? Dos líquidos, dos sais, dos gases que a planta tirou da terra e do ar,
que infiltraram em sua haste e, pouco a pouco, aumentaram o volume. Mas nem na
terra nem no ar encontram-se madeira, folhas, flores e frutos. É que esses
mesmos líquidos, sais e gases, no ato de absorção, se decompuseram; seus
elementos sofreram novas combinações, que os transformaram em seiva, lenho,
casca, folhas, flores, frutos, essências voláteis, etc. Estas mesmas partes, por
sua vez, vão destruir-se, decompor-se; seus elementos, misturar-se de novo na
terra e no ar; recompor as substâncias necessárias à frutificação; ser
reabsorvidos, decompostos e, mais uma vez, transformados na seiva, lenho, casca,
etc. Numa palavra, a matéria não sofre aumento nem diminuição; transforma-se e,
por força dessas transformações sucessivas, a proporção das diversas substâncias
é sempre em quantidade suficiente para as necessidades da natureza. (...)"
Esta citação sobre sucessivas e combinadas transformações (vide questões 4 a 9
de O Livro dos Espíritos), aliada ao estudo do capítulo Os Fluidos (capítulo XIV
de A Gênese, especialmente nos itens 1 a 12) fornece extraordinária visão desse
perfeito planejamento divino, estabelecido em Leis imutáveis cuja finalidade é o
progresso e a felicidade humana. Sendo um assunto vasto, sugerimos consulta aos
itens indicados no presente trabalho, mas visando estimular a pesquisa
transcrevemos ainda pequeno trecho constante da mesma publicação (1), agora em
seu item III, que abre perspectiva imensa para estudos e reflexões: "(...) Todos
os corpos da natureza, minerais, vegetais, animais, animados ou inanimados,
sólidos, líquidos ou gasosos, são, formados dos mesmos elementos, combinados de
maneira a produzir a infinita variedade dos diferentes corpos. Hoje a ciência
vai mais longe; suas investigações pouco a pouco a conduzem à grande lei da
unidade.
Agora é geralmente admitido que os corpos reputados simples não passam de
modificações, de transformações de um elemento único, princípio universal
designado sob os nomes de éter, fluido cósmico ou fluido universal; de tal sorte
que, segundo o modo de agregação das moléculas desse fluido, e sob a influência
de circunstâncias particulares, adquire propriedades especiais, que constituem
os corpos simples. Estes, combinados entre si em diversas proporções, formam,
como dissemos, a inumerável variedade de corpos compostos. (...)"
Orson Carrara