Divulgação Espírita: Despertemo-nos!
“Divulgar o Espiritismo por todos os meios e modos dignos ao alcance, é
tarefa prioritária”. Bezerra de Menezes, médium Divaldo Franco
(Reformador/JAN-05).
Percebe-se de forma clara, que começam a surgir no meio espírita, expressivo número de dirigentes e trabalhadores que abriram os olhos à importância premente da divulgação espírita além paredes. Por exemplo, em Fortaleza-CE já se tornou tradição o TEATRO TRANSCENDENTAL, que é um evento anual aberto ao público, produzido por espíritas e dirigido com alta qualidade técnica e artística. Em eventos como este, subliminarmente – e também diretamente - os princípios espíritas são divulgados aos não-espíritas. No mesmo estado (será que é porque
Bezerra de Menezes e outros ilustres espíritas nasceram por lá?), anualmente no
jornal de maior circulação do Estado é lançado um suplemento com muitas páginas
(em 2007, 16 páginas!) com o tema Semana de Chico Xavier! No estado da Paraíba,
fato semelhante também ocorre.
Mas no estado em que resido (São Paulo) o mais rico do país, não vemos
suplementos ou colunas espíritas nos jornais de maior circulação!!!
Disse o espírito Marcelo Ribeiro (pelas mãos de Divaldo Franco): “O Espiritismo
é o antídoto eficiente e rápido para os males que grassam, na Terra, derruindo o
materialismo e promovendo a vida”. Esta afirmação nos alerta que a divulgação
dos princípios espíritas é um dos focos mais urgentes de nossa seara, como
também reforça o amável irmão e mestre Bezerra de Menezes na introdução deste
texto.
Se começa a surgir um número expressivo de seareiros abraçando a tarefa de
divulgar o Espiritismo a quem não o conhece, por outro lado ainda é muito maior
o número de dirigentes e trabalhadores que não têm esta visão. Lembro-me quando
um amigo espírita alertou-me dizendo que “nós espíritas estamos falando para nós
mesmos”. Este comentário me fez abrir os olhos - pela primeira vez – a esta
realidade! O fato é que fazemos palestras para espíritas, congressos para
espíritas, eventos para espíritas. Em contrapartida, Kardec deixa claro que,
além do objetivo essencial do espiritismo (que é o nosso desenvolvimento
espiritual) ele – o Espiritismo – veio para propiciar as bases para uma nova
sociedade. O desafio é: como formaremos uma nova sociedade se continuarmos
falando para nós mesmos?
Você sabia, caro leitor, que nos Estados Unidos - um país não-espírita - são
proferidas mais palestras sobre reencarnação abertas ao público do que no
Brasil, que é o maior país espírita do mundo? Será que não nos está faltando
ousadia para quebrarmos os limites físicos dos nossos Centros Espíritas e
levarmos a mensagem espírita além paredes?
Na ausência de nossa atuação eficaz na divulgação espírita aos não-espíritas, a
espiritualidade toma a iniciativa de fazer sua parte. Por exemplo: induz
não-espíritas a produzirem sérias reportagens em revistas de grande circulação
como ÉPOCA e ISTO É; a produzirem novelas com cunho espírita no canal de maior
audiência do país (TV Globo); a produzirem filmes sobre temas espíritas, com
sucesso mundial, vindos do país com maior capacidade técnica e diretiva de
filmagens (os Estados Unidos). A espiritualidade está atuando. E nós, o que
estamos fazendo em relação à divulgação aos não-espíritas?
a) Allan Kardec nos orienta a fazermos publicidade nos jornais mais divulgados!
“Uma publicidade, numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados, levaria
ao mundo inteiro, e até aos lugares mais recuados, o conhecimento das idéias
espíritas, faria nascer o desejo de aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos,
imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da
opinião”. Allan Kardec – Projeto 1868 – Obras Póstumas
Questionemo-nos: ESTAMOS FAZENDO PUBLICIDADE DO ESPIRITISMO NOS JORNAIS MAIS
DIVULGADOS?
Você sabia que na cidade do Rio de Janeiro, nas últimas décadas do século XIX, o
havia uma coluna semanal espírita no jornal de maior circulação do país? O
jornal chamava-se “O País” (seria a Folha de São Paulo de hoje) e o autor dos
textos tinha o nome de Bezerra de Menezes.
A triste realidade de hoje é que o feito de Bezerra de Menezes não está se
repetindo. Não temos mais colunas espíritas periódicas no jornal de maior
circulação do país.
Imaginemos o que ocorrerá quando o Espiritismo ter uma divulgação/publicidade
periódica de 2 minutos na Rede Globo de Televisão? Ou quando tivermos uma página
nas revistas semanais de maior circulação explicando “o que é” e “o que não é” o
Espiritismo? Imaginemos ainda o que ocorrerá quando tivermos um programa
espírita em canal aberto de TV?
b) Cairbar Schutel divulgava o Espiritismo
no local de maior circulação pública de sua cidade!
“Vi Cairbar Schutel de relance: eu vinha do agreste com minha querida mãe e o
trem se deteve em Matão. Era o trem da noite que havíamos tomado com destino a
Minas Gerais. Eu era uma criança de grupo escolar e vi quando aquele homem de
traje impecável, de brim, porte esbelto, com um maço de jornais debaixo do
braço, ia colocando um exemplar em cada banco vazio. Curioso, tomei um deles.
Era O Clarim. Mais tarde, através de fotografia tomei conhecimento de que o
homem era Cairbar Schutel. Soube tempos depois que ele os esperava para
distribuir a boa semente aos viajores fatigados que se destinavam às excursões
mais distantes de São Paulo”. Wallace Leal Rodrigues – livro O Bandeirante do
Espiritismo, Editora O Clarim – Eduardo Carvalho Monteiro e Wilson Garcia.
Questionemo-nos: ESTAMOS DIVULGANDO O ESPÍRITISMO NOS LOCAIS DE MAIOR CIRCULAÇÃO
DE NOSSA CIDADE?
c) Marcelo Ribeiro (espírito) esclarece:
Espiritismo, não é lícito impô-lo, nem justo deixar de apresentá-lo.
“O Espiritismo é um tesouro de alto valor que tem a missão de produzir lucros de
amor e juros de paz. Ocultá-lo, sem o promover entre as criaturas, é o mesmo que
enterrar uma fortuna, que assim perde a finalidade para a qual existe. Retê-lo,
constitui crime de avareza, considerando-se a fonte de luz de que padecem as
criaturas. (...) O Espiritismo é o antídoto eficiente e rápido para os males que
grassam, na Terra, derruindo o materialismo e promovendo a vida. Difundi-lo, a
rigor, é tarefa de quantos se identificam com as suas lições e nele encontram
satisfação de viver. Não é lícito impô-lo, nem justo deixar de apresentá-lo”.
Marcelo Ribeiro, psicografia de Divaldo Franco, livro Terapêutica de Emergêngia
Questionemo-nos: ESTAMOS SENDO JUSTOS, NÃO DIVULGANDO O ESPIRITISMO AOS
NÃO-ESPÍRITAS?
d) Eurípedes Barsanulfo sugere levarmos suas palavras a toda a parte!
“Que vocês levem a nossa palavra a toda a parte. Aqueles que possam fazê-lo,
transmitam-na através dos meios de comunicação. Precisamos contagiar nosso
movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso
país a crescer e caminhar no rumo do progresso”. Eurípedes Barsanulfo – artigo
Mensagem de Esperança – psicografia de Suely Caldas Schubert
Questionemo-nos: ESTAMOS LEVANDO AS PALAVRAS DE EURÍPEDES A TODA A PARTE?
e) Herculano Pires nos mostra o tanto que temos a caminhar!
“Se os espíritas soubessem o que é o Centro Espírita, quais são realmente sua
função e a sua significação, o Espiritismo seria hoje o mais importante
movimento espiritual e cultural da Terra”.
Questionemo-nos: ESTAMOS FAZENDO NOSSA PARTE PARA QUE O ESPIRITISMO SEJA O MAIS
IMPORTANTE MOVIMENTO ESPIRITUAL E CULTURAL DA TERRA?
f) André Luiz no orienta a divulgarmos o Espiritismo
em cada programa de rádio e televisão!
“Divulgar, em cada programa de rádio e televisão, ou programas outros de
expansão doutrinária, conceitos e páginas das obras fundamentais do Espiritismo.
A base é indispensável para qualquer edificação”. André Luiz – Livro Conduta
Espírita, psicografia de Chico Xavier.
Questionemo-nos: ESTAMOS DIVULGANDO O ESPIRITISMO EM CADA PROGRAMA DE RÁDIO E
TELEVISÃO?
g) Vianna de Carvalho (espírito) nos induz a deixarmos de ser
indiferentes em relação à divulgação espírita.
“Na hora da informática, com os seus valiosos recursos, o espírita não se pode
marginalizar, sob pretexto pueris, em que disfarça a timidez, o desamor à causa
ou a indiferença pela divulgação”. Vianna de Carvalho – livro Reflexões
Espíritas, psicografia de Divaldo Franco.
Questionemo-nos: ESTAMOS SENDO TÍMIDOS OU INDIFERENTES EM RELAÇÃO À IMPORTÂNCIA
DA DIVULGAÇÃO AOS NÃO-ESPÍRITAS?
h) Allan Kardec nos orienta a popularizarmos o Espiritismo.
“Dois elementos devem concorrer para o progresso do Espiritismo; estes são: o
estabelecimento teórico da Doutrina e os meios para popularizá-la”. Allan Kardec
– Projeto 1868 – Obras Póstumas
Questionemo-nos: ESTAMOS UTILIZANDO-NOS DOS MEIOS ADEQUADOS PARA POPULARIZAR O
ESPIRITISMO?
Diz Allan Kardec no capítulo XVIII do livro “A Gênese”: “Pelo seu poder
moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas,
pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que
qualquer outra doutrina a secundar o movimento de regeneração”. Se o Espiritismo
é, como diz Kardec, a Doutrina “mais apta a secundar o movimento de regeneração”
(que se avizinha), será que devemos manter apenas conosco – seguidores do
Espiritismo – este vastíssimo conhecimento que a Doutrina Espírita proporciona?
Será que estamos exercendo a caridade que Emmanuel proclama: “O Espiritismo nos
solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade de sua própria
divulgação”? (livro “Estude e Viva”, psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira,
FEB).
Uma importante observação:
A divulgação do Espiritismo aos não-espíritas não pode ter o objetivo de
convertê-los à nossa Doutrina. Alguém já disse que “O Espiritismo não será a
religião do futuro, mas, o futuro das religiões”. O que equivale a dizer que as
pessoas não precisam ser espíritas, mas todas devem ter conhecimento dos
postulados espíritas, pois são leis naturais. Daí a importância da necessária, da premente e urgente, divulgação!
Alkindar de Oliveira