Alegria
Não olvides que o mundo é um palácio de alegria onde a Bondade do Senhor se expressa jubilosa.
O sol desce sobre o pântano em sublime exaltação de luz.
A flor endereça ao firmamento permanente mensagem de perfume.
O vento que toca a essência das árvores é um cântico de ninar ...
A fonte corre sobre a areia e deslisa sobre o pedregulho com a serenidade de que
exerce um divino mandato; a semente vence a sombra da cova fria, convertendo-se
em lavoura de esperança; e a espiga madura sofre o processo de trituração com a
digna humildade de quem se vê feliz no enriquecimento da mesa ...
Não te esqueças, assim, de que a alegria é o nosso dever primordial, no
desempenho de todos os deveres que a vida nos assinala.
Se trabalhas, sê contente na obrigação que te engrandece e renova, para que o
estímulo reine em torno de teus passos; se repousas, que o teu pensamento vibre
a felicidade da alma fiel ao bem, para que a tua atmosfera mental seja ninho de
bênçãos.
Se sofres, sê otimista com a esperança; se lutas, não percas a lâmpada milagrosa
da fé viva que te clareia a senda para a vanguarda da luz! Se falham teus sonhos
de estabilidade na Terra, usa a paciência construtiva que te reserva bênçãos
maiores do amanhã que desconheces; se tudo é desequilíbrio e flagelação ao teu
lado, sê feliz coma tua esperança a irradiar-se em orações silenciosas de
compreensão e de amor.
Deus legou-nos a alegria por divina herança no mundo.
Trabalha, procurando-a e, hoje mesmo, o nevoeiro da amargura dissipar-se-á em
teu caminho, porque pela graça do serviço de nossos semelhantes, a alegria
nascerá dentro de nós mesmos, transformando-se em estrela divina a fulgurar imorredoura em nosso próprio coração.
José de Castro