Acerca da Aura Humana
Noite de 22 de setembro de 1955.
Com imensa alegria, recebemos pela segunda vez a visita do Professor F.
Labouriau que, controlando o médium, nos trouxe valioso estudo, acerca da aura humana.
Meus amigos:
Para alinhar algumas notas acerca da aura humana, recordemos o que seja
irradiação, na ciência atômica dos tempos modernos.
Temo-la, em nossas definições, como sendo a onda de forças dinâmicas, nascida do movimento que provocamos no espaço, cujas emanações se exteriorizam por todos os
lados.
Todos os corpos emitem ondulações, desde que sofram agitação ou que a produzam,
e as ondas respectivas podem ser medidas pelo comprimento que lhes é
característico, dependendo esse comprimento do emissor que as difunde.
A queda de um grânulo de chumbo sobre a face de um lago, estabelecerá ondas
diminutas no espelho líquido, mas a imersão violenta de um calhau de grandes
proporções criará ondas enormes.
A quantidade das ondas formadas por segundo, pelo núcleo emissor, é o fenômeno
que denominamos freqüência, gerando oscilações eletromagnéticas que de fazem
acompanhar da força de gravitação que lhes corresponde.
Assim é que cada corpo em movimento, dos átomos às galáxias, possui um campo
próprio de tensão e influência, constituído pela ondulação que produz.
Para mentalizarmos o que seja um campo de influência, figuremo-nos uma lâmpada
vulgar. Toda a área de espaço clareada pelos fotons que arroja de si, expressa o
campo que lhe é próprio, campo esse cuja influência diminui à medida que .os
fotons se distanciam do seu foco gerador, fragmentando-se ao infinito.
Qual ocorre com a matéria densa, sob estrita observação científica , nosso
espírito é fulcro
de criação mental incessante, formando para si mesmo um halo de eflúvios
eletromagnéticos, com o teor de força gravitativa que lhes diz respeito.
Nossos pensamentos, assim, tecendo a nossa auréola de emanações vitais ou a
ondulação que nos identifica, representam o campo em que nos desenvolvemos.
Mas se no físico a agitação da matéria primária pode ser instintiva, no plano da
inteligência e da razão, em que nos situamos, possuímos na vontade a válvula de
controle da nossa movimentação consciente, auxiliando-nos a dirigir a onda de
nossa vida para a ascensão à luz, ou para a descida às trevas.
Sentimentos e idéias, palavras e atos são recursos íntimos de transformação e
purificação da nossa esfera vibratória, de conformidade com a direção que lhes
imprimimos, tanto quanto as dores e as provas, as aflições e os problemas são
fatores externos de luta que nos impelem a movimento renovador.
Sentindo e pensando, falando e agindo, ampliamos a nossa zona de
influência,criando em nós mesmos a atração para o engrandecimento na Vida
Superior, ou para a miséria na vida inferior, segundo as nossas tendências e
atividades para o bem ou para o mal.
Enriqueçamo-nos, pois, de luz, amealhando experiências santificantes pelo estudo
dignamente conduzido e pela bondade construtivamente praticada.
Apenas dessa forma regeneraremos o manancial irradiante de nosso espírito,
diante do passado, habilitando-nos para a grandeza do futuro.
Constelações e mundos, almas e elementos, todos somos criações de Deus,
adstritos ao campo de nossas próprias criações, com o qual influenciamos e somos
influenciados, vivendo no campo universal e incomensurável da Força Divina.
Se nos propomos, desse modo, aprimorar nosso cosmo interior, caminhando ao
encontro dos tesouros de amor e sabedoria que nos são reservados, sintonizemos,
no mundo, a onda de nossa existência com a onda do Cristo, e então edificaremos
nas longas curvas do tempo e do espaço o atalho seguro que nos erguerá da Terra aos plintos da gloriosa imortalidade.
F. Labouriau