Arquitetos Espirituais
Em nossa reunião da noite de 13 de janeiro de 1955, fomos novamente
agraciados com a visita do nosso companheiro Efigênio S. Vitor que nos trouxe interessantes apontamentos, com respeito aos Espíritos Arquitetos, na palestra que passamos a transcrever.
Examinando os variados setores de nossas atividades e encarecendo o valor da contribuição dos diversos amigos que colaboram conosco, é preciso salientar o esforço dos Espíritos Arquitetos em nossa equipe de trabalhos habituais.
Em cada reunião espírita, orientada com segurança, temo-los prestativos e
operantes, eficientes e unidos, manipulando a matéria mental necessária à
formação de quadros educativos.
Simplifiquemos o assunto, quanto seja possível, para compreendermos a
necessidade de nosso auxílio a esses obreiros silenciosos.
Aqui, como em toda parte onde tenhamos uma agremiação de pessoas com fins
determinados, existe na atmosfera ambiente um centro mental definido, para o
qual convergem todos os pensamentos, não somente nossos, mas também daqueles que
nos comungam as tarefas gerais.
Esse centro abrange vasto reservatório de plasma sutilíssimo, de que se servem
os trabalhadores a que nos referimos, na extração dos recursos imprescindíveis
àcriação de formas-pensamento, constituindo entidades e paisagens, telas e
coisas semi-inteligentes, com vistas àtransformação dos companheiros dementados
que intentamos socorrer.
Uma casa como a nossa será, inevitavelmente, um pouso acolhedor, abrigando, em
nossos objetivos de confraternização, os amigos desencarnados, enfermos e
sofredores, a se desvairarem na sombra.
Para que se recuperem, é indispensável recebam o concurso de imagens vivas sobre
as impressões vagas e descontínuas a que se recolhem. E para esse gênero de
colaboração especializada são trazidos os arquitetos da Vida Espiritual, que
operam com precedência em nosso programa de obrigações, consultando as
reminiscências dos comunicantes que devam ser amparados, observando-lhes o
pretérito e anotando-lhes os labirintos psicológicos, a fim de que em nosso
santuário sejam criados, temporariamente embora, os painéis movimentados e
vivos, capazes de conduzi-los à metamorfose mental, imprescindível à vitória do
bem.
É assim que, aqui dentro, em nossos horários de ação, formam-se jardins,
templos, fontes, hospitais, escolas, oficinas, lares e quadros outros em que os
nossos companheiros desencarnados se sintam como que tornando à realidade
pregressa, através da qual se põem mais facilmente ao encontro de nossas
palavras, sensibilizando-se nas fibras mais íntimas e favorecendo-nos, assim, a
interferência que deve ser eficaz e proveitosa.
Delitos, dificuldades, problemas e tragédias que ficaram a distância, requisitam
dos nossos companheiros da ilustração espiritual muito trabalho para que sejam
devidamente revisionados, objetivando-se o amparo a todos aqueles que nos
visitam, em obediência aos planos traçados de mais alto.
É assim que as forças mento-neuro-psíquicas de nosso agrupamento são manipuladas
por nossos desenhistas, na organização de fenômenos que possam revitalizar a
visão, a memória, a audição e o tato dos Espíritos sofredores, ainda em trevas
mentais.
Espelhos ectoplásmicos e recursos diversos são também por eles improvisados,
ajudando a mente dos nossos amigos encarnados, que operam na fraseologia
assistencial, dentro do Evangelho de Jesus, a fim de que se estabeleça perfeito
serviço de sintonia, entre o necessitado e nós outros.
Para isso, porém, para que a nossa ação se caracterize pela eficiência, é
necessário oferecer-lhes o melhor material de nossos pensamentos, palavras,
atitudes e concepções.
Toda a cautela é recomendável no esforço preparatório da reunião de intercâmbio
com os desencarnados menos felizes, porque a elas comparecemos, na condição de
enfermeiros e instrutores, ainda mesmo quando não tenhamos, em nosso campo de
possibilidades individuais, o remédio ou o esclarecimento indispensáveis.
Em verdade, contudo, através da oração, convertemo-nos em canais do socorro
divino, apesar da precariedade de nossos recursos, e, em vista disso, é preciso
haja de nossa parte muita tranqüilidade, carinho, compreensão e amor, a fim de
que a colaboração dos nossos companheiros arquitetos encontre em nós base segura
para a formação dos quadros de que nos utilizamos na obra assistencial.
Nossa palavra é simplesmente a palavra de um aprendiz.
Achamo-nos entre os mais humildes recém-vindos àlide espiritual, mas,
aproveitando as nossas experiências do passado, tomamos a liberdade de
palestrar, comentando alguns dos aspectos de nossa sementeira e de nossa
colheita, que funcionam todos os dias, conforme o ensinamento imortal do Senhor:
— A cada um por suas obras.
Efigênio S. Vítor