A Presença do Amor
O amor — alma da vida — é o hálito divino a espraiar-se em toda parte,
manifestando a Paternidade de Deus.
Onde quer que se expresse, imanta quantos se lhe acercam, modificando a
estrutura e a realidade para melhor.
No amor se encontram todas as motivações para o progresso, emulando ao avanço, na libertação dos atavismos que, por enquanto, predominam em a natureza humana.
Por não se identificar com o amor na sua realização incessante, a criatura posterga a conquista dos valores que a alçam à paz e a engrandecem.
Sem o amor se entorpecem os sentimentos, e a marcha da sensação para a emoção
torna-se lenta e difícil.
Em qualquer circunstância o amor é sempre o grande divisor de águas.
Vivendo-o, Jesus modificou os conceitos então vigentes, iniciando a Era do
Espírito Imortal, que melhor expressa todas as conquistas do pensamento.
Se te encontras sob a alça de mira de injunções dolorosas, sofrendo
incompreensões e dificuldades nos teus mais nobres ideais, não te abatas, ama.
A noite tempestuosa e sombria não impede que as estrelas brilhem acima das
nuvens borrascosas.
Se o julgamento descaridoso te perturba os planos de serviço, intentando
descoroçoar-te, mediante o ridículo que te imponham, mesmo assim, ama.
O sarçal aparentemente amaldiçoado, no momento oportuno abre-se em flor.
Se defrontas a enfermidade sorrateira que intenta dominar as tuas forças,
isolando-te no leito da imobilidade e reduzindo as tuas energias, renova-te na
prece e ama.
O deserto de hoje foi berço generoso de vida e pode, de um momento para outro,
sob carinhoso tratamento, reverdecer-se e florir.
O amor é bênção de que dispões em todos os dias da tua vida para avançares e
conquistares espaços no rumo da evolução.
Não te canses de amar, sejam quais forem as circunstâncias por mais ásperas se
te apresentem.
A Doutrina de Jesus, ora renascida no pensamento espírita, é um hino-ação de
amor, assinalando a marcha do futuro através das luzes da razão unida à fé em consórcio de legítimo amor.
Joanna de Ângelis