Ofensores
À frente do dia-a-dia,
Não olvides, alma boa,
Se alguém te fere, perdoa,
Na lutas que vêm e vão;
Resguarda-te em paz no mundo,
Ofensa, às vezes, na vida,
Vem da lágrima escondida,
Sob a forma de agressão.
Nas áreas do pensamento,
Sem queixas e sem consultas,
Existem dores ocultas,
Estradas que ninguém vê;
Vemos certos ofensores
Que espalham pedras em bando
Trazendo o peito sangrando...
Só eles sabem porque...
Esse carrega consigo
Enfermidade obscura,
Outro guarda a desventura
De uma afeição infeliz;
Outro deseja esquecer
A rebeldia tenaz,
Mas já não sabe o que faz
E nem pondera o que diz.
Outro surge em doce face,
Por vezes é quem mais amas,
Traz, por dentro, o peito em chamas,
Embora disfarce a dor;
A pessoa que te agride
É sempre, quando reponte,
Deserto pedindo fonte,
Angústia esmolando amor.
Também nós, além do mundo
Buscando as Luzes Supremas,
Atravessamos problemas,
Exames de amor e paz;
Alma querida, o ofensor,
Nas sendas de cada dia,
É um teste que Deus te envia
Para saber como estás.
Maria Dolores