Palavras de Chico Xavier
Um conhecido ator de teatro, recém-convertido à Doutrina, aproximou-se de
Chico e expôs a ele sua preocupação. Estava efetuando palestras na casa espírita
que começara a freqüentar, mas experimentava grande conflito... Não conseguia
fazer o que dizia e estava prestes a deixar os comentários evangélicos.
Fixando-o com ternura, Chico lhe perguntou:
- Emmanuel está me pedindo para lhe perguntar se você plantou o feijão que você
comeu ...
- Não, Chico, não plantei - redargüiu o amigo, certamente na tentativa de
apreender a lição.
- Pois, então - concluiu o nosso benfeitor, você continue falando... Alguém
haverá de alimentar-se de suas palavras.
De outra feita, falávamos a respeito dos conflitos religiosos da atualidade e do
fanatismo dos adeptos de certas religiões, dificultando o entendimento em torno
do Evangelho. Chico, como sempre, convidou-nos à reflexão:
- Em matéria de religião, alguns espíritas também são muito preconceituosos...
Se, por exemplo, algum irmão umbandista ou mesmo evangélico aparece em uma de
nossas reuniões, perdemos a naturalidade e, se estamos ocupando a tribuna,
direcionamos a palavra a ele, quando deveríamos evitar a menor insinuação que
pudesse ofendê-lo em sua crença ...
Conversávamos sobre a responsabilidade do espírita perante a Doutrina. Chico,
autografando à ponta da mesa e atendendo as pessoas que o buscavam, parecia
alheio aos nossos comentários quando, para nossa surpresa, aparteou:
- O espírita não é melhor do que ninguém, mas ele tem a obrigação de ser melhor
do que já é ...
Carlos Bacelli