Ler
Você lerá o Evangelho.
Saiba, porém, que ele não é um amuleto.
Inútil lhe será abri-lo na posição de quem busca um objeto de ação mágica,
poderosa capaz de desviar ou evitar malefícios pelo simples manuseio.
A superstição poderá ter confundido os seus conceitos. Você poderá estar crendo
que a Boa Nova seja um livro de poder secreto que o forrará de surpresas menos
agradáveis ou de companhias espirituais não desejadas.
Talvez por séculos, na série de vidas sucessivas, você tenha aberto os livros de
registros religiosos desejoso libertar, a seu favor, alguma força misteriosa,
criada pela ignorância ou alimentada pela fome de ficção religiosa, Desejará
repetir as mesmas atitudes na área Espírita, confundindo-se a si mesmo ou
repetindo ás velhas ilusões de outrora.
Evangelho é roteiro.
Deve ser lido de coração aberto.
A sua consulta é decisiva para ajustar a nossa vida íntima aos valores reais da
eternidade, provisionando-nos de condições para vencer-nos a nós mesmos.
Ele nos trará paz, se quisermos construí-la.
Jamais, porém, pela leitura mecânica ou simplesmente extática, alcançaremos
qualquer benefício, já que suas lições, as lições do Mestre, se
consubstanciam-no convite:
"Aquele que quiser vir após mim, tome a sua cruz e siga-me”.
O seu poder é o de iluminação espiritual.
Quem esteja com claridade sobre o caminho por onde palmilha evidentemente terá
menos perigo de resvalar por abismos insondáveis.
O seu magnetismo é de renovação profunda.
Quem se ajusta a mais ampla visão da existência, por certo que não sofrerá
tantas desilusões, porque não agirá iludido, mas sim com conhecimento de causa.
Anula malefícios por combater o mal.
Quem se repleta de bom ânimo terá, sempre, mais condições de suportar os atritos
da evolução, enredando-se menos no cipoal dos enganos.
Nada tem de secreto.
Quem amadureça o senso moral poderá ter a ampla visão que Jesus desvendou para
todos e que a todos nos induz para o burilamento do próprio coração.
Leia o Evangelho descobrindo caminhos da paz.
Roque Jacintho