Hoje e Amanhã
Guardas a intenção de confortar o companheiro necessitado ou
doente? Atende-a, hoje mesmo, compreendendo a oportunidade da tua sementeira de
alegria.
Desejas acertar, desesperadamente, alguma conta de tua dignidade ferida? Relega
semelhante serviço para amanhã, porque à noite, com serenidade e oração,
renovar-te-á os pensamentos e talvez encontrarás motivos para esquecer todo mal.
Pretendes realizar algum trabalho que signifique cooperação em favor da melhoria
do próximo ou de ti mesmo? Realiza-o, hoje mesmo, valendo-te dos abençoados
recursos que a hora te oferece.
Sentes a necessidade de querelar ou discutir com o vizinho, no propósito de
retificar-lhe a conduta? Espera amanhã, porquanto é possível que o teu silêncio
fale mais alto, anulando-se a possibilidade de maiores desentendimentos.
Propõe-te a auxiliar alguém, pronunciar alguma palavra de solidariedade e
estímulo, desculpar fraternalmente, oferecer uma nota de amizade ao companheiro
de experiência ou escrever uma página edificante? Age rapidamente, hoje mesmo,
porque o bem é sublime em qualquer parte e a todo instante, ainda quando mal
interpretado pela ignorância ou pela malícia.
Alimentas o desejo de curar as desarmonias da estrada pela imposição de tua
força, assumir atitudes extremas com os outros, examinar questões que te não
dizem respeito o endereçar palavras ásperas, faladas ou escritas, na direção do
homem ou da sociedade? Aguarda o dia de amanhã, de vez que, comumente, num
simples minuto, reformamos nossos conceitos da vida, sob a inspiração da
verdadeira piedade.
Atende ao bem com presteza, mas, em todo problema de posição duvidosa, em que a
tua própria boa intenção pode converter-se em mal para o caminho dos outros e
para o teu próprio caminho, abstém-te e espera.
Hoje é sempre o dia de fazer o melhor que pudermos.
Amanhã, invariavelmente é o dia do resultado de nossas próprias ações.
Agar