Estima do Mundo
"Se chamarem Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus
domésticos?" Jesus - (Mateus, 10:25)
Muitos discípulos do Evangelho existem, ciosos de suas predileções e pontos de
vista, no campo individual.
Falsas concepções ensombram-lhes o olhar.
Quase sempre se inquietam pelo reconhecimento público das virtudes que lhes
exornam o caráter, guardam o secreto propósito de obter admiração de todos e
sentem-se prejudicados se as autoridades transitórias do mundo não lhes conferem
apreço.
Agem esquecidos de que o Reino de Deus não vem com a aparência exterior; não
percebem que, por enquanto, somente os vultos destacados, nas vanguardas
financeiras ou políticas, arvoram-se em detentores de prerrogativas terrestres,
senhores quase absolutos das homenagens pessoais e dos necrológios brilhantes.
Os filhos do Reino Divino sobressaem raramente e, de modo geral, enchem o mundo
de benefícios sem que o homem os veja, à feição do que ocorre com o próprio Pai.
Se Jesus foi chamado feiticeiro, crucificado como malfeitos e arrebatado de sua
amorosa missão para o madeiro afrontoso, que não devem esperar seus aprendizes
sinceros, quando verdadeiramente devotados à sua causa?
O discípulo não pode ignorar que a permanência na Terra decorre da necessidade
de trabalho proveitoso e não do uso de vantagens efêmeras que, em muitos casos,
lhe anulariam a capacidade de servir. Se a força humana torturou o Cristo, não
deixará de torturá-lo também. É ilógico disputar a estima de um mundo que, mais
tarde , será compelido a regenerar-se para obter a redenção.
Emmanuel