Pilatos
“Mas entregou Jesus à vontade deles.” - Lucas, 23:25.
Pilatos hesitava. Seu coração era um pêndulo entre duas forças poderosas...
De um lado, era a consciência transmitindo-lhe a vontade superior dos Planos
Divinos, de outro, era a imposição da turba ameaçadora, encaminhando-lhe a
vontade inferior das esferas baixas do mundo.
O infortúnio do juiz romano foi entregar o Senhor aos desígnios da multidão
mesquinha.
Na qualidade de homem, Pôncio Pilatos era portador de defeitos naturais que nos
caracterizam a quase todos na experiência em que o nobre patrício se encontrava,
mas como juiz naquele instante, seu imenso desejo era de acertar.
Queria ser justo e ser bom no processo do Messias Nazareno, entretanto,
fraquejou pela vontade enfermiça, cedendo à zona contrária ao bem.
Examinando o fenômeno, todavia, não nos move outro desejo senão de analisar
nossa própria fragilidade.
Quantas vezes agimos atém ontem, ao modo de Pilatos, nas estradas da vida?
Imaginemos o tribunal de Jerusalém transportado ao nosso foro íntimo.
Jesus não se punha contra o nosso exame, mas, esperando pela nossa decisão, aí
permanece conosco a Sua idéia Divina e Salvadora.
Qual aconteceu ao juiz, nosso coração transforma-se em pêndulo, entre as
exortações da consciência eterna e as requisições dos desejos inferiores.
Quase que invariavelmente, entregamos o pensamento de Jesus às zonas baixas,
onde sobre a mesma crucificação do Mestre.
Vemos assim que Pilatos converteu-se em profundo símbolo para a caminhada
humana.
Emmanuel