Atitudes que Minam Resistências
Quando certo órgão físico apresenta-se dolorido, fica
identificado, com antecedência, que um problema qualquer está surgindo e que é
preciso providências. Assim são a dor de dente, a úlcera, a cefaléia, uma
articulação enrijecida, dores diversas.
Vejam que não estamos falando em profilaxia, que consiste em examinar-se antes
de sentir qualquer sintoma de doença, em inteligente trabalho de prevenção.
Estamos nos referindo aos quadros que já mostram a existência de problemas.
Os males do espírito também se identificam por meio de órgãos enfermos. Não há
patologia física, mas apesar de o corpo ainda estar saudável, o inquilino não
está cuidando da casa como deveria. A está poluindo e não a mantém dentro dos
princípios de higiene.
Sujo o corpo, pelos desequilíbrios, começam os distúrbios do espírito. Assim é
que rapidamente a pessoa começa a ficar insatisfeita com a sua vida. Nada do que
ela tem lhe causa prazer. Chega a desagradar-se até do próprio nome, ainda que
seja bonito. Olha a vida com óculos negros e o colorido do mundo começa a
dissipar-se. Sente-se um abandonado.
Por essa razão, não podemos deixar que cresçam em nós os maus pensamentos. Eles
são a negação da fé. Se ao rezar a oração do Pai Nosso concordamos que seja
feita a vontade de Deus e não a nossa, temos que confirmar na prática, ainda que
essa vontade não coincida com o que esperamos. As doenças físicas são o registro
das enfermidades espirituais. Uma vez nascidas na mente, e não nos referimos ao
cérebro físico, elas lesam os órgãos do perispírito, os centros de forças, ou
chacras como preferem alguns, até chegar aos tecidos e causar lesões. É comum
certas pessoas se dirigirem ao médico, em face de dores que as incomodam e, após
os exames e as radiografias, o doutor afirmar que elas não têm nada. Na verdade
não têm, ainda. Os sintomas estão nas telas fluídicas, duplo etéreo, perispírito,
ou em uma ou mais camadas sutis que formam o homem juntamente com o corpo de
carne. As enfermidades já nasceram e estão se dirigindo para o corpo, mas seu
trajeto pode ser interrompido.
Esta é a razão por que o passe aplicado no centro espírita, que se destina a
fortalecer magneticamente o assistido ou equilibrá-lo moral ou psiquicamente,
tem sua eficiência. Funciona como um processo de reversão e a doença que já
vinha caminhando em direção à matéria física começa a desintegrar-se no caminho
até desaparecer. Por isso a medicina do futuro é a psicossomática. O médico que
não tratar da alma juntamente com o corpo, está condenado ao fracasso. A
afirmativa de que não há doenças, mas doentes, cada dia é melhor compreendida.
Ninguém espere sua obsessão ficar grande para correr no centro em busca de
socorro. Observe-se, e toda vez que perceber algo estranho, vá buscar ajuda
nessas casas, que são todas filiais ou departamentos da mesma casa matriz de
Jesus. E as sementes que fazem nascer as grandes árvores da obsessão, são a
sonolência sem razão, irritabilidade, incapacidade de dizer uma prece ou ler um
livro edificante, desinteresse pela vida, preguiça, cansaço sem causa que
justifique, mania de perfeição, avareza mesmo nas coisas mais miúdas, insistir
em ser dono da verdade, queixas insistentes de dores reais ou imaginárias.
Em uma análise do que acima foi mencionado, todos argumentarão que se esses são
os sintomas do desequilíbrio espiritual, que nos levam aos processos obsessivos,
então a humanidade sofre de obsessão crônica e epidêmica. E se nos perguntassem,
responderíamos que sim. Em razão dos valores que o mundo elegeu como básicos,
onde o egoísmo ultrapassou os limites do suportável para uma convivência, não há
espírito pisando o chão deste planeta que possa garantir-se sadio.
Esta afirmativa em nada desmerece o homem da Terra, que aqui reencarnou por ser
gêmeo dela. Mas considerando-se a longevidade do espírito, não restrita aos
poucos minutos espirituais de uma encarnação, o esforço de melhoramento deve
fazer parte das nossas metas. Quem menosprezar as coisas miúdas, taxando-as de
insignificantes e secundárias, é sério candidato a perder-se no labirinto de
suas próprias aflições.
Otávio Caumo Serrano