Lição Importante
O pequeno Alexandre é o quinto filho do jovem casal. Sem
dúvida, uma criança adorável. No entanto, logo que começou a dominar os
movimentos das mãos, o garoto mostrou certa tendência à agressividade.
Quando um rosto estivesse ao alcance do seu minúsculo braço, ele não perdia
tempo, estralava logo a mãozinha com toda sua força.
Quando o rosto era de uma de suas irmãs ou do irmão, eles, por serem ainda
crianças, achavam graça. Isso o fazia se sentir interessante e repetir a dose.
Mas os pais, conscientes da sua responsabilidade de educadores, a cada tapa
respondiam ao filho com uma demonstração de carinho.
Passavam a mão com ternura no rostinho dele e lhe diziam:
“Assim, filho, devagar. O neném é querido.”
Aquele pingo de gente olhava, sério, para o pai ou a mãe e desferia outro tapa.
Mas, como a missão da paternidade é um grande desafio de persistência e
paciência, os pais continuaram, ao longo dos meses, oferecendo uma antítese em
oposição à tese trazida por aquele espírito reencarnado num corpo infantil.
Vendo o exemplo dos pais, os irmãos de Alexandre também passaram a responder com
carinho a cada tapa recebido.
Com o passar do tempo, o pequeno Ale, como é carinhosamente chamado pelos
irmãos, foi aprendendo a lição.
Agora, no auge do seu primeiro ano de vida, o garotinho já demonstra uma
sensível mudança.
Olha seriamente no rosto que está ao alcance do seu bracinho, diz uma porção de
palavras que só ele entende, talvez justificando para si mesmo que fazer carinho
é melhor que bater, e passa a mãozinha devagar.
Outras vezes, ao invés de bater, ele encosta o cabeça no peito de quem o tem no
colo, como querendo dizer:
“Senti vontade de lhe dar um bufete, mas vou me conter.”
Não resta dúvida de que o trabalho de educação não está acabado. Os pais ainda
terão que continuar reforçando a lição até que não reste mais nem vontade de
agredir.
Muitos pais, ao perceberem atitudes como a do menino Alexandre, agem de maneira
equivocada. Ou reforçam a sua tese batendo também, ou acham graça.
Considerando que a criança é um espírito milenar, que volta num corpo infantil
para aprender, e se libertar de tendências e vícios equivocados, os educadores
precisam ter lucidez para bem orientar.
Se o espírito demonstra, desde o berço, propensão ao desequilíbrio ou manias
infelizes, é preciso responder com lições nobres, para que ele aprenda a maneira
correta de agir.
A isso se chama amor exigente. É um amor que deseja ver o ser amado feliz e
livre.
E isso é trabalho que exige fôlego e muito bem-querer. E, às vezes, dura uma
existência inteira.
Mas, não resta dúvida de que é altamente compensador. Colaborar para que alguém
cresça e encontre sua felicidade, é muito gratificante.
Até porque esses espíritos que nos chegam como filhos, são os mesmos que, em
tese, ajudamos a enveredar por caminhos de desequilíbrios e desatinos em
existências passadas.
Assim sendo, você que assumiu a missão de educador precisa conhecer seus
educandos e fazer por eles o melhor ao seu alcance, com amor e dedicação.
Você sabia?
Que existem espíritos tão rebeldes que só conseguem ouvir a voz da ternura e do
afeto?
Para dissuadi-los da rebeldia não basta uma bela teoria nem a imposição da
força. É preciso a lição do amor, exemplificado nas ações.
Se você recebeu uma dessas almas em seu lar, é porque Deus confia na sua
capacidade de lapidar esse diamante para devolvê-lo, um dia, mais belo e mais
brilhante, ao seu verdadeiro Pai.
Momento Espírita