Ao Irmão Afastado
Dizes-te, por vezes, sob desalento e cansaço e que já não
consegues abraçar qualquer tarefa na seara do bem.
Entretanto, no íntimo, a voz da consciência te convida a olvidar desenganos,
apagar ressentimentos, varrer amarguras e renovar a própria existência.
O estranho diálogo de ti para contigo prossegue, adentro de ti mesmo e respondes
que sofreste decepções, que não encontraste clima adequado à execução das tuas
aspirações de ordem superior, que te desencantaste com amigos desorientados em
matéria de espiritualidade, e, de outras vezes, acusas-te por erros e quedas,
dos quais não te sentes com a precisa coragem de levantar.
Ainda assim, deixa que a consciência te fale ao coração e reergue-te para as
atividades do bem.
Qualquer desilusão é apelo à realidade e toda vez em que nos reconhecemos em
desacerto, isso é sinal de que estamos progredindo em discernimento.
Não permitas que a idéia de fracasso anule os créditos de tempo, em tuas mãos.
Não abandones a certeza de que podes trabalhar e servir, auxiliar e melhorar,
renovar e reconstruir.
Se o desânimo te congelou os ideais, acende a chama da esperança, no próprio
coração e reinicia a cooperação, nas obras construtivas, das quais te afastaste,
impensadamente. Se paraste na trilha do progresso, retoma a própria marcha, em
demanda ao alvo por atingir.
Não acredites em derrota e nem te admitas incapaz de ser útil.
Esquece agravos, preterições, ressentimentos e tristezas inúteis, buscando
caminho à frente.
Se a Divina Providência não acreditasse em tua capacidade de elevação e
refazimento, já teria cassado as tuas possibilidades de serviço na Terra.
Pensa na vida imperecível e oferece uma nova oportunidade a ti mesmo, procurando
reaprender e recomeçar.
Emmanuel