Indução e Ação
Entendendo a nossa condição de espíritos imortais, é justo se
te peça tolerância e paciência, diante dos companheiros que a vida te confiou à
direção e à intimidade.
Não é unicamente a noção de culpa e a dor causada por certos prejuízos que se
fazem suscetíveis de conduzir uma criatura ao desequilíbrio ou à
auto-destruição.
A nossa possível atitude condenatória, em muitos casos, é fator desencadeante
que a impele para a loucura ou para o suicídio.
Em vista disso, se consegues discernir os riscos em que se encontram
determinados irmãos, usa a caridade do entendimento para com eles, a fim de que
não venhas a precipitá-los em riscos maiores.
Se pessoas estimáveis caíram em erro, não lhes aumentes o peso da culpa,
destacando-lhes esse ou aquele gesto infeliz.
Aos enfermos não te dirijas, comentando-lhes os males, para que esses mesmos
males não lhes cresçam na imaginação.
A frase de tristeza para os tristes é mais um toque de sombra, ampliando-lhes a
angústia.
Perante os aflitos, não apresentes esse ou aquele quadro de inquietação, capaz
de impulsioná-los ao desespero.
Recorda que toda conversação está carregada de poder criativo.
Usa o verbo para o bem e faze com ele a felicidade de quantos te compartilhem a
vida.
Não é apenas o mal que praticamos aquele que se nos debita nas contas cármicas a
pagar, mas igualmente, aqueles outros males que sugerimos ao próximo, impelindo
os semelhantes à faltas determinadas pela nossa capacidade de criar imagens nos
cérebros alheios com o pincel de nossos apontamentos e com as nossas tintas de
indução.
Emmanuel