Amizades e Afeições
Não apenas a simpatia como ingredientes único para facultar
que os afagos da amizade te adornem e enlevem o espírito.
Muito fácil ganhar como perder amigos. Quiçá difícil se apresente a tarefa de
sustentar amizades, ao invés de somente consegui-las.
O magnetismo pessoal é fator importante para promover a aquisição de afetos.
Todavia, se o comportamento pessoal não se padroniza e sustenta em diretrizes de
enobrecimento e lealdade, as amizades e afeições não raro se convertem em pesada
canga, desagradável parceria que culmina em clima de animosidade, gerando
futuros adversários.
Nesse particular existem pequenos fatores que não podem nem devem ser relegados
a plano secundário, a fim de que sejam mantidas as afeições.
A planta não irrigada sucumbe sob a canícula.
O grão não sepulto morre.
O lume sem combustível se apaga.
A máquina sem graxa arrebenta-se.
Assim, também, a amizade que sem o sustento da cortesia e da gentileza se
estiola.
Se desejas preservar teus amigos não creias consegui-lo mediante um curso de
etiqueta ou de boas maneiras, com que muitas vezes a aparência estudada,
artificial, substitui ou esconde os sentimentos reais. Os impositivos
evangélicos que te apliques, ser-te-ão admiráveis técnicas de autenticidade, que
funcionam como recurso valioso para a sustentação do bem em qualquer lugar, em
toda a situação, com qualquer pessoa.
A afabilidade, a doçura, a gentileza de alguém, aparentemente destituído de
simpatia conseguem propiciar a presença de amigos, retê-los e torná-los afetos
puros para sempre.
Amizades se desagregam ou se desgastam exatamente após articuladas, no período
em que os consórcios fraternos se descuidam de mantê-las.
E isto normalmente ocorre, como conseqüência de atitudes que se podem evitar:
o olhar agressivo;
a palavra ríspida;
o atendimento hostil ou negligente;
a lamentação constante;
a irreverência acompanhada pela frivolidade;
a irritação contínua;
a queixa contumaz;
o pessimismo vinagroso...
Os amigos são companheiros que também têm problemas. Por essa razão se acercam
de ti.
Usa, no trato com eles, quanto possível, a bondade e a atenção, a fim de que, um
dia, conforme Jesus enunciou: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe
o que faz seu senhor; mas, tenho-vos chamado amigos, porque vos revelei tudo
quanto ouvi de meu Pai", tornando-te legítimo amigo de todos, conseqüentemente
fruindo as bênçãos da amizade e da afeição puras.
Joanna de Ângelis