No Combate à Ignorância
- "Não situeis a lâmpada sob o alqueire"- advertiu-nos o
Mestre, convocando-nos ao ministério permanente da luz.
Segundo cremos, pretendia o Cristo convidar-nos à claridade incessante para que
as sombras não nos senhoreiem a vida.
É que a ignorância, por denso manto de sombras, estende-se, no mundo em quase
todas as direções.
Ignorância que transforma o raciocínio em instrumento de crueldade e converte o
coração em vaso de fanatismo.
Ignorância que amortalha as consciências alfabetizadas ou não, cristalizando-as
em deploráveis processos de desequilíbrio e delinqüência, desde a guerra que
devasta nações cultas e industriosas até o círculo do homem selvagem,
circunscrito ao primitivismo da própria taba.
Ignorância, à maneira de lama que tudo alaga, metamorfoseando casas erguidas ao
culto divino em piras de ódio e lares simples em ribaltas de insensatez.
Diante do nevoeiro que nos empana o entendimento egresso da animalidade primeva,
condoeu-se naturalmente o Senhor, exortando, aos seus tutelados para que redimam
a Terra do cativeiro de sombras.
Desse modo, é justo procuremos guardar esse ou aquele recurso terrestre, quais
sejam o alimento e o agasalho, mas a luz do conhecimento superior que nos vibra
no espírito pede também exteriorização incansável em todas as áreas da vida para
que através do sentimento e da idéia, da palavra e da ação, pelo exemplo e pela
atitude, venhamos expressá-la, por todos os meios ao nosso alcance, sob a
inspiração do amor infatigável, a fim de que o trabalho e o progresso, a
fraternidade e o discernimento nos livrem de todo mal.
Emmanuel