Conversações Doentias
Semelhantes a carro de lixo que espalha emanação morbífica por
onde passa, as conversações doentias assinalam os roteiros por onde seguem.
Quando se instalam, destroem o domicílio da paz e a suspeita se aloja,
vitoriosa, atormentando, implacável.
Como gás de fácil expansão, o tóxico da informações menos digna se expande,
asfixiando esperanças e matando aspirações superiores.
Por onde passa, a conversação infeliz gera a hipocrisia, desenvolvendo uma
atmosfera anti-fraterna em que assenta suas afirmações.
A má palestra nada poupa. Facilmente se dissolve em ácido calunioso ou brasa
acusadora; atinge corações honestos e enlameia famílias enobrecidas pelo
trabalho; deslustra uma existência honrada com uma frase, atirando ignomínia e
desdouro; estimula a mentira, que se transforma em injúria, fomentando crime e
loucura.
Nutrida pela ociosidade a conversação insidiosa é mãe da corrupção moral.
Se os ensinos edificantes tentam exaltar a dignidade e o dever, oferecendo campo
à verdade e ao brio, o veneno da informação descaridosa aparece pretextando
ingenuidade e destrói, impiedoso, a cultura da dignidade.
Surge aparentemente inofensiva numa frase pérfida para alastrar-se virulenta
numa colheita de fel.
Aparece, sorrateira, para imiscuir-se desabridamente onde não é esperada, deve
vigiar as entradas da mente e as "saídas do coração".
Cultor da bondade não compactua com as informações aviltantes, devendo eliminar
do próprio vocabulário as expressões dúbias de significação humilhante.
Fiscaliza, atento, cada dia, as informações que te chegam ao coração. Se te
conduzem vinagre sobre a honra alheia a apresentam as feridas dos outros à tua
observação, procura os recursos da oração e da piedade, e sempre disporás de
bens para não caíres no fascínio negativo das sugestões do mal, renovando todas
as expressões com a mente em Jesus.
O apóstolo Paulo, advertindo aos Coríntios, prescrevia na primeira carta aos
companheiros de ministério, conforme se lê no capítulo 15, versículo 33: "Não
vos enganeis; as más palavras corrompem os bons costumes".
As conversações doentias são ácidos nos lábios da vida, queimando a esperança em
todo lugar. E os que se entregam a tais palestras são "obsidiados que se recusam
a reconhecer que o são, (e) se assemelham a esses doentes que se iludem sobre a
própria enfermidade e se perdem, por não se submeterem a um regime salutar."
Joanna de Ângelis