Nossos Irmãos
Um pensamento de simpatia e de amor para os nossos irmãos que
se recuperam!...
Muitos são chamados criminosos, mas, em verdade, foram doentes.
Sofriam desequilíbrios da alma, que se lhes encravavam no ser, quais moléstias
ocultas.
Praticaram delitos sim...
Hoje, entretanto, procuram-te a companhia, sonhando renovação.
Amaram, ignorando que o afeto deve estar vinculado à harmonia da consciência e
amargaram terrível secura em labirintos de sombra, a suspirarem agora pelo
orvalho da luz.
Eram sovinas e sonegavam o pão à boca faminta dos semelhantes; contudo,
pretendem contigo o reingresso na escola da caridade.
Acreditavam-se em regime de exceção, quando o orgulho lhes assoprava a mentira;
no entanto, após resvalarem no erro, refugiam-se em tua fé, anelando refazimento.
Renderam-se às tentações e foram pilhados na armadilha do mal; todavia,
presentemente, buscam-lhe os olhos e apertam-te as mãos, ansiando esquecer e
recomeçar.
Não lhes fite o desacerto.
Alimenta-lhes a esperança.
Não te animarias a espancar a cabeça de quem estivesse a convalescer, depois da
loucura, nem cortarias a pele em cicatrizes recentes.
Enfermos graves da alma, todos nós fomos ontem!...
Rende, pois, graças a Deus, se já podes prestar auxílio, porque se chegaste ao
grau de restauração em que te encontras, é que, decerto, alguém caminhou
pacientemente contigo, com bastante amor de servir e bastante coragem de
suportar.
Albino Teixeira