Jesus, Kardec e Nós
Se Jesus considerasse a Sí mesmo puro demais, a ponto de não
tolerar o contato das fraquezas Humanas; Se acreditasse que tudo deve correr por
conta de Deus; Se nos admitisse irremediavelmente perdidos na rebeldia e na
delinqüência; Se condicionasse o desempenho do Seu Apostolado ao apoio dos
Homens mais cultos; Se aguardasse encosto dinheiroso e valimento político a fim
de realizar a sua obra ou se recuasse, diante do sacrifício, de certo não
conheceríamos a Luz do Evangelho, que nos descerra o caminho à Emancipação
Espiritual.
Se Allan Kardec superestimasse a elevada posição que lhe era devida na
aristocracia da inteligência, colocando honras e títulos merecidos, acima das
próprias convicções; Se permanecesse na expectativa da adesão de Personalidades
Ilustres à Mensagem de que se fazia portador; Se esperasse cobertura financeira
para atirar-se à Tarefa; Se avaliasse as suas dificuldades de Educador, com
escasso tempo para esposar compromissos diferentes do Magistério ou se
retrocedesse, perante as calúnias e injúrias que lhe inçaram a estrada, não
teríamos a Codificação da Doutrina Espírita, que complementa o Evangelho,
integrando-nos na responsabilidade de Viver.
Refletindo em Jesus e Kardec, ficamos sem compreender a nossa inconseqüência,
quando nos declaramos demasiadamente virtuosos, ocupados, instruídos, tímidos,
incapazes ou desiludidos para atender às obrigações que nos cabem na Doutrina
Espírita. Isso porque se Eles, o Mestre e o Apóstolo da Renovação Humana,
passaram entre os Homens, sofrendo dilacerações e exemplificando o Bem, por Amor
à Verdade, quando nós, consciências endividadas, fugimos de Aprender e Servir,
em proveito próprio indiscutivelmente, estaremos sem perceber, sob a hipnose da
obsessão oculta, carregando equilíbrio por fora e loucura por dentro.
Emmanuel