O Ateu
Sujeito que clama e berra
Contra a vida a que se agarra,
Vive em perene algazarra
Colado aos brejais da terra.
Do raciocínio faz garra
Com que à verdade faz guerra,
Na desdita em que se aferra,
À ilusão em que se amarra.
De mente sempre na birra
Ouve a ambição que lhe acirra
A paixão que o liga à burra.
Mas a luz divina jorra
E a vida ganha a desforra
Na morte que o pega e surra.
Alfredo Nora